sábado, 31 de dezembro de 2011

Tudo novo sempre e de novo

Coincidentemente ou não, a vida está se transformando muito nesse final/início de ano. Pensei que talvez não devêssemos repetir os meses para toda vez poder dar um nome diferente a eles, mas depois percebi que o sentido de recomeço depende de voltar ao primeiro. Pode ser que tudo continue igual, segunda-feira vamos ao trabalho e tudo de novo, mas o recomeço do ano vem para que renovemos os votos com a vida. É um aviso de que sempre dá para tentar mais uma vez. Se o ano que passou não foi assim tão bom, é que a gente ainda não aprendeu a olhar direito. Dos maiores erros vêm as melhores lições. 
Fim de ano é aquele momento de tomar coragem e rasgar fotos e cartas de um passado tão antigo que só estava juntando poeira na estante. Vou trocar os móveis e colocar uma "instante" para que eu não me fixe e não acumule o que não serve mais. O que foi bom, levar na memória, pois não ocupa espaço algum e aquilo que a memória jogar fora, deixar porque ela sabe o que é necessário. 
Agora eu tenho de ter espaço para as minhas pretensões, meus sonhos, desejos e realizações. Pô-los ali na "instante" para que não demorem muito a se tornar realidade. 
Hoje em mim cresce um amor como nenhum outro e cada vez que vejo um amor maior do que outro que tenha passado, penso: "Como pode haver amor assim?" Só que dessa vez eu tenho certeza que não há nenhum maior que esse. Ele vai crescer infinitamente e nunca será superado.
Então, a partir desse amor que me preenche por completo eu desejo ao Universo que tenha essa sensação pelo menos uma vez na vida, que o amor que cresce em mim tenha o poder de alcançar a todos os corações que por mim passarem.
Que esse ano seja novo e que daqui até o final dele todos os dias sejam o 1°. Que o calendário todo se marque em vermelho na data de 1°/01/2012.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Ignácio

Quando você chegou eu tive medo! Era algo assim, quase um pavor!
Pedi para você ir embora, mas você foi se aninhando e decidiu ficar.
De repente achou o lugar pequeno, desconfortável e foi trazendo suas coisas.
Achou pequena a casa e achou melhor expandir. Chegou barulhento, fez suas reformas e eu não gostei muito. Você estava invadindo o lar que sempre foi meu, só meu!
Depois que quebrou tudo, foi arrumando com seu bom gosto! Estava tudo mais bonito!
A casa ficou mais ampla, estava tudo mais macio. 
Eu não conseguia ver o seu quarto, sua cama, você só deixou abertos os outros cômodos, mas eu queria ver.
Arrumei uma janela e consegui espiar você dormindo... O som não era da sua respiração, as batidas do seu coração enchem o ambiente de luz. 
Visão do paraíso é você dormindo! 
Então eu entendi que era necessária aquela bagunça toda, aquele desconforto, aquele vendaval de início.
Você só queria um espaço para sonhar!
Depois eu vi que você agora já é meu sonho, só que o melhor de tudo é que eu não preciso dormir para sonhar.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

É mais mal perto do que longe

Você me renegou, bateu o telefone na minha cara, desprezou meu sentimento, me traiu, acabou com algo que jurava ser para sempre, me destratou e ainda destrata, ainda assim, volta e meia dá um jeito de apontar o meu defeito. 
Será que o desespero é tamanho? Porque dentre milhares de imperfeições suas, mesmo que não passadas, mesmo que constantes, persistentes, eu ainda olho para o telefone por milhares de vezes no dia e tento fazê-lo tocar com a força do pensamento. Tenho raiva da saudade que sinto e se vejo tantas deformidades no seu caráter, penso: Será que sou sem-vergonha? Se a razão abomina até suas iniciais porque o sentimento teima no querer? Já cheguei a pensar que pudesse ser masoquista, mas analisando aquele tal querer descobri que a saudade é daquilo que foi e deixou de ser. Como fazer então para deixar de querer? Eu ainda não descobri.
Vi que no que falo a esse respeito as interrogações brotam aos milhares e não tem outro jeito. Mesmo respondendo a todas elas eu ainda não sei se tais respostas são... São o quê? Verdadeiras ou permanentes. 
Pensei que em sentimento há a entrega e resolvi que agora a entrega será nas decisões, pois nos sentimentos ela se perdeu. Fico querendo me dar outra chance, voltar bem lá atrás no tempo e fico meditando para sentir aquele cheiro de nós dois. 
Tentei te odiar, mas me pego rezando por você e pelo seu bem toda noite.
Jurei que nunca mais sentiria se você viesse a me destratar, mas me pego chorando toda vez que você faz.
Fico tentando mentalizar seus malfeitos para pelo menos lhe arrancar de mim, mas no meio do exercício me pego lembrando do melhor de nós. 
Lembro do som do seu sorriso, de quando você chegava em casa e mandava eu largar as panelas e lhe dar um abraço, pois estava a esperar por ele o dia todo, de você me ligar do trabalho antes de iniciar as tarefas e dizer: "É que sua voz é a primeira coisa que quero no meu dia.", penso em você arrumando nossa árvore de natal e me mostrando depois de pronta com o brilho de uma criança nos olhos, penso em acordar e pegar você me vendo dormir ou ainda quando você não aguentava e me enchia de carinhos até o meu despertar, lembro de...
Peraí, peraí, mas eu tenho que lhe odiar!!! Odiar seus maus tratos e seu desamor, odiar seu desdém e a quebra de sua promessa sobre o nosso para sempre, odiar você saber que eu parei noutros braços e não ter querido me impedir, odiar você ter ido para outros braços e não voltar correndo para os meus.
É... Até no odiar eu só odeio sua ausência, odeio não ter de volta aquilo que tive, odeio ter cometido o menor erro que fosse, pois numa vírgula pode-se mudar todo o sentido da oração.
Só que agora o você que eu amo já não existe mais. O você que eu amo foi-se como que numa morte e a saudade da morte é até o outro plano. Eu penso, ainda tenho 20 e poucos anos, e se eu viver daqui até os cento e tantos, viverei com essa saudade aqui no peito? Já nem mais só no peito, parece que me toma o ser todo. É... Aquilo que for de ser, será. Sei que as coisas acontecem devido às nossas lutas, ações, porém tem horas que a gente tem de entender que já deu. Ficar quieta num canto e assistir. 
A gente tem dois olhos, dois ouvidos e uma boca, então é para prestar mais atenção e falar menos. Observar e ouvir. 
Entendi que às vezes a melhor ação da luta é se retirar, ficar num canto, quem sabe até desistir.
Desistir é ver que aquilo já não é mais para mim, pois o querer é tolo e nem sempre sabe se aquilo que deseja lhe faz bem ou mal.  Ele só sabe querer, não raciocina!
No nosse caso é mais mal perto do que longe...

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Agora não é mais

Era de estimação. Um dia deixei cair e catei com uma quentura no rosto e o coração acelerado. 
Quebrou. Daí tentei consertar, mas faltavam pedaços. 
Olhei embaixo do sofá e da estante, só que não achava.
Resolvi colocar num potinho para que nenhuma parte mais se perdesse.
Comecei a fazer uma faxina e varrer tudo, pois nessas horas encontramos até o que nem lembrávamos.
Arrastei os móveis, passei panos, tirei o tapete e nada...
Peguei os caquinhos e sentei no chão cru e tentei remontar, pensando que talvez não tivesse feito direito, porém ele insistia em não se refazer.
Fiquei desesperada e suando frio. 
Quis chorar e não conseguia, tamanha a adrenalina.
Vi que não tinha mais jeito.
Não fabricam mais desses.
Deixei de novo no potinho na esperança de achar os pedaços ou que um dia ele mesmo quisesse se reconstituir como mágica.
Esqueci...
Numa dessas arrumações de fim de ano, já bastante tempo depois, eu o vi e lembrei que havia esquecido.
Olhei e repassaram-se momentos gostosos com ele na minha cabeça.
Dei um suspiro de saudade gostosa e pus no saco daquilo que iria para o lixo.
Só que como ele era especial, embrulhei num papel de presente mesmo sem serventia, pois presente ele foi, mas agora não é mais...

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O céu do rouxinol

Já quis dizer que perdi você, mas aprendi que nunca lhe possuí, então, perder-lhe é impossível.
Aprendi que amor acaba, que dor aumenta e também que é da dor que vêm as maiores lições.
Entendi que medo não é coisa de filme de terror, é algo que nasce e cresce dentro da gente e como erva-daninha, é ruim de dar fim.
Percebi que o quê me pertence é apenas a nossa história, boa ou ruim, todas são válidas, pois tudo é aprendizado e só não vê quem não quer.
Larguei mão da vergonha e sei de cor a maneira de dizer o que sinto e sei também que não é o fim do mundo se o retorno não é o esperado. É calar e agradecer pela voz e pela oportunidade de falar. 
Entendi também que por vezes é bom calar, mas a gente só aprende isso conforme vai falando. É ponderar o que deve ser dito e o que deve ser guardado.
Destranquei a gaiola e deixei meu beija-flor partir. Quis chorar, porém sei que seu lugar é a imensidão do céu e isso não quer dizer que você me desamou, mas que o seu viver é voar por entre as flores.
Sorri! E como na canção, uma lágrima molhou o meu sorriso e no seu canto, de beija-flor, rouxinol. 
De quando em vez ouço seu canto cantar noutras paisagens, tento me entristecer, mas num rasante você se exibe em meu quintal, bate as asas em meu rosto e traz os ares de onde foi, até nos arcos-íris.
Tentei chamar-lhe num assovio, mas o silêncio foi minha resposta e meu coração ficou pequenininho. Quando cansei de chamar, dias e dias, me pus em silêncio e então eis que o brilhantismo de suas asas se apresentou. De novo, os ares por onde passa foram meu deleite.
Então, aprendi que você vive noutro passo e que o quê quero de você não é aquilo que tem para dar.
Sendo assim, por amor, aprendi a guardar seu sabor até o próximo voo e entendi que sua alma vive noutra dimensão e fico feliz por poder ter sua visita na minha.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Amor que é amor

Amor que é amor vem e a gente nem sabe de onde.
Amor que é amor faz a gente brigar por achar que o outro deve caber exatamente nas nossas vontades e depois da briga, o sorriso e faz mais amor para as pazes.
É uma plantinha que deve ser regada todos os dias, mas que mesmo distante deixa a raíz e de quando em vez quer florescer.
Quando a gente ama só pensa na pessoa uma vez por dia: da hora que acorda até hora em que vai dormir.
Vê o cantor favorito do outro e já traz à tona milhões de vezes que aconteceram e outras milhões que a gente gostaria que tivessem acontecido.
Amor que é amor traz saudade, vontade de estar perto e ao mesmo tempo querer o bem do amado, mesmo que esse bem seja muito além de aqui.
Amor que é amor tem desentendimento porque é forte, porque é intenso.
Amor que é amor faz a gente rir e cantarolar em qualquer hora, em qualquer lugar.
Amor que é amor faz a gente se sentir ridícula por alguma bobagem dita ou algum sentimento infantil.
Deixa a gente suscetível e nos faz acreditar nas mentiras mais fantasiosas porque amor que é amor nos leva a um mundo lúdico. 
Depois a gente fica com raiva da gente mesmo e se sente bobo, porém no fundo, gostaria de voltar àquelas bobagens.
Amor que é amor faz a gente esquecer o porquê da raiva de ontem pelo outro e faz a gente sorrir ao vê-lo e o coração disparar.
Amor que é amor traz um infinito em seus matizes, basta receber aquele telefonema e aos ouvidos ser apresentado o melhor som de todos: sua voz.
Amor que é amor perdoa e em todo momento tem força para assentar uma mágoa e lançar-se num recomeço.
Amor que é amor o é em sua plenitude. Até tem suas particularidades, mas não tem seus porquês...

sábado, 8 de outubro de 2011

Souvenires

Tantas coisas passam pelo dia. 
Tem dia que meu dia deveria ter mais de 24 horas. 
Tem vida em que minha vida quereria ser mais de uma. 
Tem eu em momentos que quereria ser duas ou mais.
Hoje eu sou mais que uma, mas depois vou voltar atrás.
Ontem reli e-mails passados, pois cartas de próprio punho já não se fazem mais.
Resta saber onde acabou porque ao passo que leio, passo para trás da pilha e num dado momento o primeiro é o último e já nem sei se estou relendo mais de uma vez no mesmo dia ou se me recordo de ter lido só quando recebi.
Sendo assim, leio e releio até os olhos se exaurirem e implorarem por descanso.
Já me disseram que ficar relembrando tudo isso propositalmente é uma espécie de masoquismo. Para mim não. Não me causa sofrimento. É um acalanto ao coração. 
Dia desses me peguei procurando um porquê de tê-lo vivido se passou, mas mais na frente eu entendi que é melhor eu ter tido essa experiência sublime do que passar em brancas nuvens.
Não tenho de lamentar por ter passado e sim agradecer por ter vivido, pois muita gente nem alcança as sensações por onde meu coração já passou.
Então, me desfaço dos queixumes e balbucio agradecimentos aos céus.
Quanto às cartas eletrônicas, são souvenires amados da viagem que fiz por sentimentos que me engrandeceram e eu aprendi que aquilo que é bom a gente não joga fora, guarda com carinho.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Merendar

Ontem eu fui à praia com uma amiga queridíssima. Voltei para casa e fiquei com um calorzinho pelo corpo. Se instalou um verão dentro do inverno. Antes de dormir, deitei de ponta cabeça na cama. Com o ar que só a praia tem, meus cachos se definiram como nunca numa felicidade infinda. Fiquei passando a mão e enrolando. Adormeci do lado contrário, pois no verão não há regras. Tem aquela cara de férias escolares e a hora voa de um jeito muito gostoso e, por mais que por uns dias dele a gente vá às aulas, parece que a hora da merenda chega mais rápido. 
Dormi de ponta-cabeça e acordei mais leve, pois o verão não tem obrigatoriedades. A gente vai flutuando na quentura do dia e quando vê, já foi. No verão as raivas passam rapidamente porque a gente fica criança e corta de mal e de bem e só precisa dos mindinhos.
De manhã assisti aos desenhos, pois nesses dias a gente fica em frente à tv pela manhã toda e vemos que ela é pouca quando acaba. De tarde, se não tem praia a gente inventa uma piscina no quintal para aproveitar o Sol.
Independentemente do que nos cerca, nesse verão fora de época, nenhuma sensação é mais gostosa do que aquela que fica gravada dentro da gente. 
É um calor de ser inteiro e levado, é um calor na essência da gente, é um calor humano!

domingo, 14 de agosto de 2011

De vizinhos de escova de dentes a futuros amantes

Estou aqui!
Aqui no sofá, com meu cobertor cor-de-rosa (há quanto tempo eu não falo cor-de-rosa, tão pueril), assistindo ao canal 2, TvBrasil, acho que só eu com essa idade biológica assiste à TvBrasil. Está passando um filme que prega que o amor num casamento tem prazo de validade. Me vi ali. Ali quando nosso marido vira um vizinho de escova de dentes. Será que toda relação finda? Sei lá eu!
Hoje eu estou num passo lento, estou muito aérea e parece que o mundo sentiu! Meu telefone que todos os dias toca incessantemente, e quando estou falando, entra chamada em espera, mais um pouco toca o celular, e mensagem, e tudo o mais, hoje não tocou.
Hoje o fio não bateu daqui para lá nem de lá para cá! Lá onde eu nem sei, só sei que não bateu... E foi melhor assim.
Hoje eu estou sem assunto até para pensar! Estou escrevendo e parando porque o filme está prendendo minha atenção.
Sentei aqui com um pacote de biscoitos e meu inseparável copo dágua e estou tão aérea que o conteúdo dos dois acabou e eu ficava pegando de novo, sem preceber que tinham acabado.
Hoje estou num dramalhão tal e qual um tango argentino. Não estou triste, não estou analisando a vida, eu só estou melancólica.
O dia foi-se todo amarelinho no sussurro macio que o Sol deu. à noite soprou uma brisa quentinha que adentra a toda hora pelas janelas que me recuso a fechar.
Nos créditos do filme os ares da minha casa foram invadidos por Futuros amantes do Chico, então eu vi que não precisava escrever mais nada.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Pai

Está chegando! Domingo é dia dos papais... Nossa sociedade é machista, mas o dia das mães, depois do natal, é a data que mais tem destaque... E os pais? Tudo bem que eu penso que o homem só fornece metade do material, a outra metade, as mães e todo o trabalho que se segue também, no entanto ser pai é mais do que isso. Ser pai ou mãe, para mim, é cuidar, saber que um alguém vai depender de você por toda a vida de diferentes maneiras. Quando somos crianças o pai e a mãe estão para nos ensinar tudo no mundo em que acabamos de chegar, desde amarrar os sapatos até andar de bicicleta, de segurar um lápis a segurar um talher, atravessar a rua, pegar um ônibus, soprar um machucado quando a gente se rala numa brincadeira e chora. 
Pai e mãe estão ali para ensinarem o que sabem do mundo deles e de todo o resto. Eles se fazem melhores, pois agora tem gente que precisa deles. Tudo tem de ser pensado mais de uma vez, nada pode mais ser num rompante, nada pode ser impulsivo: "Alguém lá em casa precisa de mim!" A gente não tolera muita coisa, briga por coisas mais bobas, porém se chega alguém com aquela mãozinha com covinhas e faz algo que não permitimos mais ninguém fazer, a gente atura e até gosta. A gente ri, pois criança é para essas coisas e mais do que isso, é o auxílio para o nosso exercício da tolerância particular. 
Eu não tenho filhos, mas pego as da minha irmã emprestadas e é exatamente assim. Fico com o coração cheio ao ouvir um "Tia!", imagino se quem ouve um "Pai!", "Mãe!" consegue ficar mais feliz ainda. Acho impossível... É de uma plenitude imbatível. 
Das pessoas que lerem isso, algumas terão seu domingo com os pais, outras não tem seu pai mais nesse plano, outras têm, mas não têm contato e penso: será que esse não é um momento propício para tentarmos nos aproximar? Não falo isso como quem vê de fora, falo de cadeira, minha relação com papai é distante, mas por esses dias eu tenho me chegado a ele. Carência? Não, dessa fase eu já passei, entretanto andei pensando e ninguém vem pai e filha à toa e se o pai se afastou de nós, pode partir de nós a tentativa de reaproximação. Sei também que pensamos ser responsabilidade do pai se aproximar, ele que nos pôs no mundo, mas ele é humano assim como nós. Passei a pensar nisso analisando meus próprios erros e vi que não interessa de onde vem o carinho, o amor, ele tem de vir e alguém dá o primeiro passo. Por que não eu? 
Então, aos amigos que são pais e têm seus filhos distantes e aos filhos que têm alguma mágoa de seus pais, não será essa uma boa oportunidade para darmos o primeiro passo? É dia dos pais! Não devemos usar essa data apenas para comprar presentes, o comercial é o que menos importa, penso que deve ser uma chance de declararmos o amor ou a dor aos nossos papais e resolvermos tudo, pois errar é humano e perdoar é divino. Antes de cobrarmos a postura do outro que tal analisarmos a nossa própria?
Feliz dia dos pais a todos. Àqueles que são pais e a todos nós que somos filhos!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Madrugada

Eu acordei à uma da madrugada essa noite porque Caê foi ao Jô, cantando alto e eu havia adormecido com a tv com muito volume. Eu sempre me culpo por adormecer com a tv me assistindo nessas alturas, mas hoje eu dei graças. Dia desses um amigo veio me corrigir porque eu disse que madrugada é noite, mas eu aprendi com Tia Nilza que um dia, em suas vinte e quatro horas, é dividido em duas partes de doze horas cada, uma parte era dia e a outra noite. Então, ela ensinou que das seis da manhã às dezoito horas é dia, das dezoito às seis da manhã, noite. Eu não entendo porque dizem às seis da tarde se assim que essa hora se completa é noite. Numa madrugada dessas, voltando dum show, entrei num táxi e cumprimentei o motorista desejando-lhe boa noite. Ele me respondeu com um tom corretivo e sonoro: "Bom dia!" Onde? Eram três da madrugada! O céu estava num manto negro estrelado, sem indício do amanhecer. Vai entender! Se às dezoito ainda é tarde para quase todos, se a madrugada virou manhã, sinal de que as noites acabarão? Não é tão fácil assim. É meu período predileto. Vou organizar um movimento em prol da noite. São nelas que o melhor da vida acontece. Pelo menos na minha vida... Por que querem acabar com ela então? Muito egoísmo de quem é diurno. Eu sou noturna, ora bolas... Por que essa história começou com o Jô e o Caê? É porque o Caê fala tudo o que tem vontade do alto de uma inteligência ímpar e tem umas manias bem esquisitas. Eu também sou cheia de manias, a inteligência dele eu fico devendo, mas sei que fiquei com vontade de contar... 
Com tudo isso, eu quis dizer que a gente tem de lutar por defender aquilo que ama, acredita e crê. Lutar por nossas paixões, dias e crenças... Tentar parar de ir com a maré, mesmo que sejamos taxados de loucos, mesmo que digam que vamos endoidecer... Como o próprio Caê já disse: "De perto ninguém é normal!"

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Alô!?

Eu sou doidinha, bastante moleca, mas ultimamente ando bem mulherzinha! Nessa onda de ser feminíssima, eu ando percebendo umas mudanças. Alguém aí, por favor, me explica que agonia é essa que mulher tem com telefone? É assim. A gente fica com um bofinho, naquele "love" todo, cheios de ''gut'', carinhos, beijinhos. Depois, cada um para seu lado. A gente dorme flutuando, nas nuvens e acorda...
COM O TELEFONE DEBAIXO DO BRAÇO! E não larga mais. É o dia inteiro olhando, fingindo que vai ver a hora, mas que nada. Estamos esperando telefonema! Eu fico olhando meus telefones, sim, meus, porque eu sou louca, não bastante o celular para afligir, meu telefone de casa é móvel, vai comigo para todo canto, então, eu olho dois telefones, minha irmã pergunta: "Alguém ligou?" Digo, "Não, estava vendo a hora!", ela "Que horas são?", "Ih, sabe que nem vi..."! Como assim!? E a bichinha acredita! 
Os amigos ficam dizendo que estou apaixonada. Que nada! Descobri que essas aflições femininas independem de paixão, é loucura pura e simples mesmo! Cada vez que o telefone toca, até do banheiro pelada, correndo, eu saio para atender e como quase nunca é quem eu quero, volto para o banho, resmungando, p. da vida e com frio. E quando é o sujeito? Fui correndo atender, caí, fico com a voz ofegante, mas se é quem se quer, respira fundo antes de atender, claro, para não pagar de desesperada, e atende na maior calma do mundo, calma falsa, mas calma. E ainda faz a louca, faz que não reconhece a voz... Mesmo sendo ele o único homem a ter seu telefone. A gente finge que é popular. Certa vez, eu estava dormindo, telefone tocou, tomei um susto, caí que nem jaca madura, peguei o celular, não conhecia o número, fiquei empolgada, atendi toda, toda: "Alô!?", "Oi, é o fulaninho de tal...", "Ah, oi, é você? Fala!". 
Ex! Ex serve para quê? Para ocupar a linha da gente com coisas inconvenientes. Para falar nada! Voltando a quando é o bofinho dos sonhos, a gente faz a voz mais anjelical do mundo, fala mole, pode estar irritada com o mundo, com TPM de javali, bastou ouvir aquele som... Hummm, pronto. Borboletas no estômago. A gente fica 23 h 55 m do dia esperando por 5 minutinhos. 
Quanta loucura, né? Ah, não sei vocês, mas no meu caso, esses cinco minutos valem a alegria de um dia todo, até que os dias tivessem 36 horas.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Valioso

Hoje eu acordei e tinha um homem na minha janela. Fazendo o quê, não sei, não perguntei, não me interessa. Sei que ele roubou a última meia hora do meu sono. 
Com o friozinho matinal, me recusei a levantar. Fiquei deitada na cama e, como sempre, me pus a pensar nas coisas todas. Naquele singelo espaço de tempo eu fiz um filminho passado, presente e futuro. 
Analisei situações que se foram e tentei imaginar se elas fossem hoje, quais reações eu teria. Fitei coisas que ando fazendo, percebi algumas besteiras e resolvi mudar. Afinal, é segunda-feira, dia internacional das mudanças. Obviamente pensei no futuro e vi que, pelo andar de minha carruagem, mais mudanças têm de ser feitas para que a materialização das vontades se concretize.
Tive de levantar e, já me arrumando, quis ir lá fora perguntar ao moço da janela o porquê dele ter-me roubado algo tão valioso, os minutinhos do meu sono, mas repensei e vi que caso o fizesse, ele ficaria confuso e acharia que estou aluando. Mantive-me do lado de dentro com a caneca soltando vapor nas mãos e olhando o tal em seus detalhes. Comecei a rir dos meus desvarios. 
Quando o homem notou minha presença, tomou um susto e gargalhou. Eu, nada disse, e continuei a sorrir. De um lado, um riso do susto, do outro, o de pensamentos insanos, mas como todos eram sorrisos, eles se entenderam e nada precisou ser dito.
A caneca esvaziou-se, pus na pia, escovei meu riso e saí.
Saí com um sorriso no rosto, um cheiro de chocolate quente no ar e um moço barulhento na minha janela.

sábado, 23 de julho de 2011

Coisinhas de mulher

O dia hoje está com cara de colo. Sei lá porque motivos, mas sei que hoje eu fiquei olhando para porta e esperando alguém chegar. Não sei quem, sei que esperei. A cada barulhinho no portão, eu corria para porta que nem criança aguardando o pai vir do trabalho. Não marquei nada com ninguém, não telefonei, não mandei e-mail, carta e nem fiz sinal de fumaça, porém eu aguardei o mundo me trazer uma surpresa. Só que a surpresa maior foi não ter trazido nenhuma. Hoje eu estou irritada... Esses períodos femininos que fazem uma ebulição na gente. Hoje eu não quero barulho, nem ninguém discordando de mim. Só queria um colo, um afago e um silêncio. Quem se disporia a isso? Os hormônios, penso eu, andam afetando meu discernimento. Levantei, pus um samba e fiz faxina. Energia acumulada? Vamos gastar. Senão para o quê a energia quer, canalizar para outras coisas. É difícil, mas é melhor do que deixar a irritação tomar conta. Abri um vinho, fiz meia tonelada de brigadeiro e assim tô passando o dia. Tem hora que dou risada de mim mesma, tem hora que o mau humor vem arrebatador. Nesse turbilhão de sentimentos e sensações, falto matar um. Hoje eu estou sozinha e alheia às convenções, bebendo vinho no gargalo, com camiseta de homem e cabelo amarrado. Hoje eu estou comendo feito selvagem, dando fora em todo mundo e com vontade de gritar. A única pessoa que me trouxe calma foi minha sobrinha caçula. Ela parece o acalanto da minha vida. Basta olhar aquela carinha tão engraçada e ouvir: "Tia, "dêta" aqui comigo!" Pronto! Não há mal que dure. Acho que estou precisando de umas cinco dessas. Minha irmã morreria se eu falasse isso para ela. Eu hoje estou com vontade de fazer tudo e fazer nada ao mesmo tempo. Hoje eu estou paradoxal. E chata... Não estou me suportando. Fazer o quê, né? Cada um com sua cruz e a minha é esse vaivém constante. Depois tenho que ligar para os meus amigos e pedir desculpas pelos maus comportamentos. Ah, mas se não entendem isso e se dei algum fora, é até bom, pois amigo mesmo tem de entender essas coisas. E a desculpa do cego, bengala. Bom, sei que esse texto está ruinzinho, mas hoje eu só queria falar. E ai de quem não ouvir. Pretensão, não? Caso haja reclamações, façam uma oração para Deus e questionem o porquê de eu ter vindo nesse corpo. Porque tudo isso nada mais é do que coisinha de mulher.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Passarinho

Eu ando papeando com amigos do coração e hoje eu tomei um esporro daqueles de um quase irmão. O quase fica por conta do detalhe de termos nascido de mães diferentes. A esposa desse amigo meu leu meu blog e disse para ele que é visível que eu ando por altos e baixos. Confesso que minha vida tem se apresentado oscilante, mas escrever é minha maneira de lidar com tudo. É assim, quando eu fico com um pensamento que não sai da cabeça e fica martelando, eu escrevo. Daí eu releio aquilo e parece que tive uma conversa comigo mesma. Com isso eu diminuo o incômodo e fica mais fácil ir para o assunto seguinte.
Mais bacana nessa história toda é saber a opinião que meus amigos têm de mim e mais que isso é sentir o carinho todo que me cerca. Hoje rolou até um choro... Claro! Afinal, quando esse meu irmão e eu nos juntamos, a única certeza são as lágrimas e as gargalhadas. É que a gente faz uma turnê pela vida toda. Falta palavra para tanta conversa.
Eu sempre encarei essa jornada com tudo. Vou além até, eu sempre a fiz forte, vigorosa. Só que ando que nem passarinho assustado, quando alguém chega perto, antes de poder alcançar, levanto voo, mas estou tentando brincar de ser outro bichinho. Algum animalzinho que seja dado ao afeto. Estou cansando de correr e mais do que isso, vi que não adianta. Eu corri de tudo, mas no pouso seguinte os mesmos problemas  estavam à minha espera. Então o jeito foi olhar tais problemas de cima, pois se eu os criei, impossível que eles sejam maiores que eu.
Tudo certo! Atrás das minhas cortinas há um Sol fabuloso, para que ele adentre, basta destapar a janela. Em princípio a luz incomoda os olhos, porém depois, eu me entreguei ao deleite de seu calor. Com tudo isso, o papo com o tal amigo foi uma injeção nos meus ânimos. Que ele saiba que depois da conversa de hoje minhas noites de sono, sem dúvidas, serão mais tranquilas e meu coração sorrirá mais.

domingo, 17 de julho de 2011

Cinderelas e Cavalheiros

Ontem uma amada minha perguntou se sou feliz. Ela ficou espantada por eu ter tantos questionamentos, complexos, dúvidas e indecisões. 
É que vou fazendo as coisas e quando me vejo no meio delas fico perdida. Daí os medos crescem e faltam me tomar inteira. É medo de estar forçando algo na vida do outro, medo do que eu posso fazer, medo se o outro vai ou não gostar, medo se amanhã eu ainda vou querer aquilo.
Mamãe diz que eu entro  muito com tudo nas coisas e depois não quero mais, tipo criança mimada. Já um amigo que tenho concorda que eu vou muito com tudo, mas porque sou uma sonhadora romântica incorrigível.
Eu concordo com eles às vezes, outras vezes não. Acontece que eu faço o que me dá vontade e quando a vontade acaba, não faço mais. Não sei sustentar convenções e é aí que passo por frívola. Eu sou nômade de sentimentos e sou obrigada a trocar tudo quando a vontade pinta. Até agora meus "para sempres" tiveram prazo de validade. Pode ser que um dia deixem de ter. Analisei a pergunta sobre minha felicidade e não houve mudanças: Sim, sou feliz! Gosto de ter esse monte de vontades e depois deixar de tê-las. Afinal, eu experimento e vejo se é ou não ou se é só por um tempo. Porque nesse meu vendaval estou sempre em movimento, em busca do que quero e quando cismo com uma coisa, faço um mantra e não meço esforços até conseguir, mesmo que depois não queira mais. Bom mesmo é mudar.
A vida só termina no "Felizes para sempre" para as Cinderelas, para uma Cavalheiro, como eu, até quando ela terminar há de ter outro "Era uma vez...".

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Um acordo entre a minha pele e a sua

A maciez de sua pele é tamanha que a minha pensou que seria engolida. Como não foi, ela quis se desapontar, mas a sua tinha coisas outras para suprir tal necessidade. Com o toque aveludado que mais parece um beijo, as sensações que minha pele experimentou, nunca havia nem ouvido falar. 
Gelou de estranheza, esquentou de tesão, arrepiou com desejo e ficou avermelhada com a corrida que o sangue deu. Esqueceu de respirar em alguns momentos e sentiu-se ofegante. Nesse misto de sensações, prazeres e novidades. Ela se rendeu... 
Ficou atenta a cada movimento e quando percebeu, era dela que muitos deles saíam. Depois ela não sabia se essa coisa ou aquela outra foi ela que fez ou foi a sua. A mistura foi perfeita e as diferenças, imperceptíveis. Houve a fusão... E não queriam se separar mais. Elas queriam mais e mais. Foram pelo todo, até que cada mílimetro meu e seu tivesse sido percorrido. 
Brotou um líquido como água pura de nascente. Foi como se vestir com relíquias, aquilo de valor inestimável, guardado só para nós e em nós.
Depois de tanto alvoroço, se envolveram, pois não queriam-se perder e resfastelaram-se num abraço. 
A hora passa cruel e tivemos de seguir nossos caminhos, mas minha pele confessou que conversou com a sua e elas combinaram que aquele encontro foi só o primeiro de muitos mais.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Aquilo que for avassalador

Pudera eu ter o poder da transformação. O poder de alcançar os corações em sua essência. Atingir o centro de almas. 
Ultimamente ando apaixonada. Não por ninguém, especificamente, mas pela força da vida em si. Tenho sido carregada pela extrema necessidade de sentir e expressar. Acho que perdi o tom e ando uma piegas apaixonada por ser assim. De vez em quando eu recuo e me desculpo por ser invasiva. Percebo as pessoas assustadas com esse meu ímpeto de amor, mas eu acho que isso não é uma fase passageira, penso estar me transformando numa pessoa assim, entusiasta. 
Às vezes me entristeço pelas pessoas que afasto com esse meu jeito avassalador, mas é tão difícil ser diferente. Não sou dessas que seguem, perseguem, não sou passional, porém tem quem ache que sim e antes de ser tomado pela possível negatividade da coisa se afasta. Tudo bem também. Aprendi a guardar aquilo que me faz bem e descartar o que for contrário. Em meus arquivos tem espaço para guardar os beijos, os tapas são dispensáveis. 
Pronto! A pieguice agora fez morada. Será que um dia ela vai embora? Para quê? Eu tenho gostado e ao invés de querer retirá-la, eu prefiro continuar a caminhar e tentar, entre os braços e abraços, encontrar alguéns sentimentalistas como eu. Não é crível que nesse mundo todo só eu seja assim, há de ter pares. Eu já vi alguns e adorei. Tenho amigos que sinto como se da família fossem. Não que eu seja pela banalização dos sentimentos. Eu sou pela propagação deles.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A luz do seu sorriso, farol do meu porto

Ensaiei nossa vida desde aqui até o final de para sempre.
Incluí você nos meus planos sem dar brechas ao seus nãos ou dúvidas.
A luz do seu sorriso será o farol do meu  porto.
Seu amor, eu nem sei que face tem, idealizei ao meu modo, então.
De repente tive medo. Medo de ser diferente do que espero, mas amor bom mesmo tem de doer.
Pensei em lhe enviar uma cartilha para que possa estudar. Depois o que dela fugisse a gente iria corrigindo.
Analisei todas as ideias e vi meu egoísmo. Portanto, ampliei a cartilha para que você possa anotar suas vontades para que eu  tome lições.
Seu corpo ainda nem toquei, mas meus olhos o percorreram com tamanha voracidade que como notícia urgente o desejo  se espalhou por cada pedaço meu.
Arquitetei meticulosamente meus movimentos em você. Quero me derramar sobre seu peito e compor delícias. Os intrumentos serão mãos, boca e a mestra, a língua.
Com o ímpeto como guia, hei de explorar toda sua anatomia apetecível.
Com o vigor que o tesão traz à tona, quero-lhe ter permitindo-se endoidecer. 
Inundado de prazer, tal deleite terá um ápice. Tuda irá se contrair com uma delícia inominável. 
No final de tudo, só quero sentir e ouvir o suspiro de quem visitou a melhor versão do paraíso.
Quando tudo acabar, quero ler em seu olhar um convite para recomeçar.

domingo, 26 de junho de 2011

Há 25 anos

Na quinta-feira de 26/06/1986, à meia-noite e meia, mamãe me deu à luz... As pessoas que me felicitaram pelo dia de hoje perguntaram se teria celebração. Esse ano não. Esse ano eu fiquei quietinha na minha e senti as boas energias enviadas pelas pessoas que amo... 
Natal para mim é época de pensar na retrospectiva do ano que se encerra, no mundo em geral. Aniversário me faz olhar para dentro de mim. Fico repassando a idade na cabeça e vendo quais planos eu alcancei, quais não... O que mudou em mim, o que continua igual... Confesso que falto enlouquecer, pois me impus uns prazos, estão vencendo e não cumpri as tarefas. Ainda assim, tem outras coisas que construí ao longo do caminho e fico surpresa comigo mesma. É um passo por dia e hei de chegar lá. Lá onde? No topo dos meus sonhos e fincar uma bandeira. E como a cada passo a paisagem muda o topo da montanha terá outro sabor. Espero ainda faltar muito para o topo, pois quando conseguimos realizar todas as nossas vontades, o que querer depois? E a vida tem de ser feita de quereres, se não ela morre. 
Eu quero querer muito e para sempre. Buscar e alcançar, às vezes desistir, mudar, ir e voltar. O que importa é fazer... Com vontade, com amor, com açúcar e com afeto. Esse aniversário foi o mais introspectivo de todos... Tenho tendência a ser melancólica nessa data. É que me cai a ficha da responsabilidade da vida em minhas mãos e às vezes fico assustada, mas nessa jornada me auxiliam anjos. Anjos de diversas categorias, amigos, familiares. Todos trocando comigo a energia do amor e aí, eu respiro bem fundo e sei que posso seguir em frente.
Feliz aniversário para mim! :-)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A pequenês do mundo, ou não

"O mundo é pequeno!" Por quantas vezes eu já ouvi essa máxima... Incontáveis... Discordo! Em gênero, grau, número etc, principalmente no etc! O mundo é de uma imensidão incalculável, mas a gente só se preocupa com o que nos cerca. Por mais que eu tenha uma percepção de mundo, de terras estrangeiras, me limito ao quarto e ao pc. Por quantos lugares nós passamos por anos e não seria crível o que lá acontece se eu não tivesse uma experiência ligada àquilo? E quando conhecemos alguém e de repente nos aproximamos desse alguém e passamos a olhar a rua em que mora? Mas a rua já estava lá antes. Mais uma janelinha do mundo que se abre aos nossos olhos. 
Percepção! A gente seleciona o que quer que seja perceptível ao coração... Quando se abre uma nova janela, eu fico fitando as poucas que ainda tenho e tentando mensurar quantas mais ainda abrirei e mais ainda, por quantas passarei sem notar!  É que essas janelas são quase da cor da parede... Na correria da vida como na velocidade dum trem, nem dá para ver, porém um dia, a gente desce naquela estação e além de olhar, enxerga. Uma das melhores maravilhas da vida é abrir janelas. As do mundo e as nossas próprias. Às vezes é bom quando alguém nos ajuda a abrir alguma ou quando deixamos que alguém olhe das nossas. Na paisagem pode ter algo que ele ajude a ver, algum detalhe despercebido. 
Quanto devaneio, hein? Eu tive um bom dia e quis falar sobre... Nem eu entendi muito bem minhas analogias, ando meio confusa, mas uma confusão boa... As mudanças num primeiro instante são assustadoras, depois são adocicadas. Pelo menos ao meu paladar! Vivo numa constância inconstante. Pensei que era loucura, mas me disseram que é uma atitude sábia mudar de opinião. Analisei bem e concordei.
O mundo muda na velocidade da luz, seria pouco inteligente manter-se estagnado. Eu mudo o tempo todo, pois descobri que não preciso ser uma a cada dia e sim uma pessoa que aprende e soma cada aprendizado e isso nos transforma sem que percebamos. Ainda existe a mesma pessoa lá no fundo, basta manter a essência. Para os que preferem nem tomar lugar nessa viagem: "O mundo é tão pequeno, né?"

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Só sei que sou

Ela estava aflita, apertada, contida. Contra a própria vontade manteve-se em silêncio, sem poder falar, bater, andar. Apanhou por horas, sem poder balbuciar qualquer som que fosse. Ali, magoada, machucada, sem forças, foi exposta à estranhezas tamanhas que a fizeram se prender  ainda mais . 
Ela quis ficar no escuro, mas luzes incandescentes lhe invadiram com dolor. Ela quis um colo, nada. Tentou um cobertor, mas só conseguiu uma inquietação infinda. 
Ela tentou ocupar aquela vontade com coisas outras, mas nada cabia e nem poderia caber. Ela é única e imutável. 
De repente se foi o dia. A noite veio vestida daquele colo desejado com tanto ardor. Ao longe ela ouviu a música que a despia de qualquer convenção e tocava o centro de sua alma. Ela se deixou levar e soltou-se numa intensidade 'indizível'. 
Correu seu terreno, muitas vezes proibido, e cresceu imensuravelmente. Banhou cada pedacinho e se misturou àquele chão. 
Espantou quem a viu e causou zanga em muitos. Tentou voltar, mas era impossível. Então ela se permitiu! Pretendendo apaziguar o mal-estar cândido causado por sua aparição, ela pôs-se a explicar: "Eu sou uma voz! Uma voz que por incontáveis vezes é escondida e abafada, sou maltratada, maldita e malquista, mas ainda assim eu sou. Sou porque fui criada assim e minha singularidade me impede de ser diferente em quaisquer aspectos. Sou calada sempre e substituida, porém nunca esvanecida. Causo agonia quando presa, pois, nesse estado, só me ponho a crescer. Nasci liberta, entretanto, inacreditavelmente tentam me trancar! Eu sou uma voz e um corpo. Sou a representação de um estado de espírito. Sou comum e ainda assim causo espanto. Só sei que sou. Sou um ponto de ebulição, quando solta, sou alívio. Já quis mudar meu nome para tentar viver de forma diferente, mas nada me serviu. Sendo assim, me aceitei e me assumi. Mesmo com desprazer me apresento: Lágrima." 

terça-feira, 31 de maio de 2011

Casa com graça

Ontem eu entrei em casa à noite e levei um susto: Um pirilampo piscou sua luz perto do meu rosto. Fiquei sobressaltada por um instante, mas logo caí no riso.
Minha casa é cheia de coisinhas. É uma casa muito 'mocinha'. Ela me pediu um cordão emprestado e o usa como penduricalho na porta de entrada. No lugar reservado à guirlanda de natal, ela me mandou pôr uma fita e dar um laço, pois se não ficaria nua até o próximo natal. Após a entrada, na batente dum basculante, ela me mandou colocar uns bibelôs para dar um ar anjelical... No banheiro ela quis uma tampa colorida e sabonetes decorativos na janela, ela quer ficar sempre cheirosa, seja em qual canto for. A cozinha é toda colorida, ela quis potes, copos, pratos de todos os formatos, cores e tamanhos, lembrando um arco-íris, na parede tem uma bonequinha amarelinha com os cabelos de lã, seu nome é Luiza, ela tem um sorriso maroto e constante. Na geladeira tem ímãs bem coloridinhos, fotos e desenhos da sobrinha. Na sala tem um tapete também cheio de cores com almofadas nele e pelo sofá, pois eu gosto mesmo  é de deitar no chão para assistir à tv, beber um vinho e comer besteiras. Tenho tantos cd's e dvd's, quase todos musicais, uma parte na estante é ocupada só por eles. Na mesa de jantar tem um vasinho com flores lilás e desenhos egípcios. Na mesinha de canto a casa quis um monte de porta-retratos. No cantinho tem um violão recostado. Ao lado dele tem uma cestinha cheia de bichinhos de pelúcia que faz a alegria das crianças que a visitam. O quarto a casa deixa meio bagunçado, é o lugar em que ela descansa. Uma cama grande, cheia de travesseiros e cobertores fofos. Tem um puff e um criado-mudo com  fotos, pedras exóticas e mais fotos. 
Minha casa é musical, volta e meia tem um som tocando. O fogão vive fumegante, ela gosta de cheirar a temperos variados. Minha casa tem som de gargalhadas em meio a uma nota e outra. Nas janelas minha casa se vestiu com cortinas de rendas e delicadas. Minha casa tem um colo aconchegante e quem chega já vai deitando. Minha casa tem gosto de conversa e de sono, mas acima de tudo é um aconchego. 
Minha casa tem mania de ser íntima e sai abraçando quem nela entra. Minha casa já ouviu choro de muita gente e se travestiu de consolo. Minha casa diz ter alma e age feito gente... Minha casa chega a ter graça de tão cheia de si. Ela é altiva e segura, mas sem sombra de dúvidas, ela é um reduto livre de preconceitos e permite a quem a adentra, nem que seja só ali, ser o que quiser e da maneira que quiser, basta ser intenso e verdadeiro.

sábado, 21 de maio de 2011

Um cantinho e um café-com-leite

 Hoje eu tô dodói e senti falta de um beijo de um certo amor, depois fiquei me perguntando se é saudade daquele amor ou de qualquer carinho. Creio que a primeira resposta se encaixe mais, pois eu já tive carinhos outros, mas só senti saudades daquele. Quando me dá vontade de chorar eu venho para casa da minha mãe. Só sua força de presença me faz sair qualquer nó da garganta, mas ela saiu e eu fiquei, por conta do dodói e entre uma música e outra, um e-mail antigo e as emoções que eu juro que passaram, porém só adormecem, eu soltei as lágrimas que eram tantas que molharam até o colo. Reli o que escrevi até aqui e a palavra escrita peca por ser seca e não conseguir transmitir exatamente a emoção em que nela depositamos. Meu choro não foi de tristeza, foi um alívio. Alívio de saber que acontecimentos vêm como uma avalanche e eu continuo de pé. Rogo a Deus por uma vida em paz, depois eu me arrependo, pois só Ele sabe o porquê de tudo isso. Essa semana que se passou eu senti saudades de um monte de gente e escrevi para algumas delas. Depois fiquei pensando se não seria tirada por louca por ficar me declarando a amigos que há muito não convivo mais. Quem liga? Amor é para ser solto. Ele tem de passear pelos corações e se  não conseguir atingir o coração, que pelo menos tente por qualquer porta, olhos, ouvidos, pele, boca. Fiquei decepcionada com a vida pelos desgostos que ela me trouxe, porém ela me calou dizendo: "Eu sou apenas um reflexo das suas tolas atitudes.". Eu sempre fui falada pela minha intensidade, mas às vezes até o intenso cansa. Eu só quero por hora ficar aqui quietinha, tomar meu café-com-leite e esperar esse bloco da vida passar e me dar uma trégua. Senti uma dor física tão aguda que a única coisa que pude fazer foi clamar aos céus por piedade. Tomei um remédio e amenizou aos poucos, ficou suportável. Cadê o beijinho de amor? Ah, lembrei! Não tem mais, acabou. Feito mercadoria em armazém. "Moço, tem isso?" "Não. Nem sei se vai chegar mais. Acho que não vão mais produzir." Daí a gente volta para casa na vontade ou na necessidade, de todo jeito a gente volta. Olhei o relógio e me dei conta de que o tempo passou e eu nem vi. Agora vou lavar louça, percebi que não almocei e passei o dia nos lanchinhos, vou comer. Esse dodói está me fazendo perder o veio, quem diria. Como boa e velha positivista, nesses dias que beiram o ruim, eu adoro saber que sou amada por amigos e família, aí eu voltei lá na conversa com Deus e agradeci.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Imperfeita

Hoje eu tive um sonho lindo, com pássaros, cãezinhos e... Pára tudo!!! Eu vim mesmo é falar de CELULITE!  Eu engordei 13kg e meus amigos dizem que não engordei muito. Ah, tá... Tudo bem que em 1,75 para quem era bem magrinha como eu (Ai, que saudades do meu corpinho de sereia... Snif.), esses 13 só fizeram dar uma encorpada, não tô gorda, mas alguém me diz de onde vem tanta celulite? Parece que esses quilos a mais nada mais são do que uma colônia de celulite! Que nem de formiga. Sabe assim? Vê o ambiente mais propício e se instala para reprodução. Dizem que homem não repara em celulite. Até parece... Os únicos comentários que recebi sobre essa queridinha de nós mulheres, foi de homem... Será que o tal era veado? Acho que não, ele é até bem guloso no trato com mulher, mas agora começo a ter minhas dúvidas, nesse mundo onde tudo é possível... O cara fala da minha bunda- sim, gente, eu disse bunda- que está com celulite e depois quer fazer bobagem com a luz do Sol na minha cara. Como assim? Que mulher em sã consciência vai transar de boa? Sim, falei transar e bunda, hoje eu tô dessas!!! Disse que estava indisposta, reclamei de posições, não fiquei à vontade. Quem poderia ficar? O grande trunfo das mulheres, verdadeiro ou não, é a máxima de que homens não reparam celulite e aí se o pior de todos os homens para reparar, o meu, claro, repara e diz com todas as letras, como pode isso não afetar meu desempenho na cama? Eu já sou toda tímida, ainda me vem esse levantamento de defeitos. Pronto, desabou meu mundo. Aí a gente inventa, transa com a luz apagada, diz que é para melhorar o clima, que nada, é para esconder as crateras lunares. É, porque a essa altura, na lente de aumento da visão feminina, é cratera. Dia desses eu estava escovando os dentes e juro que vi celulite em dois molares. Sei que cês vão dizer que celulite só dá na pele. Ah, mas em mim deu em todo canto. E quanto mais ela dá menos eu me sinto à vontade de fazer. Fazer o quê? Dar também, ué. Hoje eu tô desbocada, né? Ah, paciência! Eu tenho celulite. E isso me dá o direito de falar sem ser julgada, quase um passe livre! Aliás, deveríamos, nós mulheres termos benefícios em lojas de acordo com o grau da bendita. São quatro graus. Cada grau deveria dar 10% de desconto em tudo que fôssemos comprar e aquilo que fosse comprado, caso agrave a celulite, a gente paga só a porcentagem dela, por exemplo: Se eu vou ao cinema, meu grau é 2 (Quase morro!), eu deveria ter 20% de desconto e na hora de comprar os chocolates para acompanhar a sessão eu deveria pagar apenas os 20%, visto que o chocolate é um agravante para a celulite. A gente tem de malhar, comer coisas saudáveis, dormir bem, passar cremes, não usar roupas justas e ainda assim é só para melhorar o aspecto. CELULITE NÃO TEM CURA! Eu não tenho feito nada contra ela atualmente, acho que só ajudado sua proliferação. Quando aparecer um próximo namorado, quem sabe, eu corro para amenizá-la. É, essa história do bofinho que comentou sobre minha celulite tem anos, eu ainda era magra, imagina o que ele comentaria agora. Não, não imagine, ele comentou. Há alguns poucos meses ele esteve aqui em casa e disse: "Celulite na coxa?!?!? Você nunca teve isso." Quer que eu engorde e passe ilesa pela companheira nº 1 das mulheres? Demais, né? E depois pediu de novo para acender as luzes. Será que ele bateu a cabeça quando criança? Vou ver se acho o telefone da mãe dele para perguntar... 
Ser solteira tem suas vantagens, viu? Não preciso me preocupar em ficar nua, afinal, só eu vou ver. Tudo bem que meu senso auto-crítico é terrível, mas eu aguento, já o dos outros, me corrói. Enquanto isso, passo meus hidratantes e uso roupas mais compridas. Fazer o quê se a preguiça é maior que a vergonha. 
Mas quer saber? Eu tenho convivido com as imperfeições sem ficar tentando vencê-las ou enlouqueço... Tudo bem que homem não tem celulite - odeio todos!!!- mas eles tem seus defeitos também.  E se não der para conviver com isso, melhor procurar uma mulher que tenha a pele perfeita. Nesse caso, ela será inflável e vendida em qualquer "sex shop".

terça-feira, 10 de maio de 2011

Cafuné

Seu toque deixa minha pele ouriçada e afaga meu espírito.
Quando sua mão desliza em minhas costas, faz caber uma maravilha em um segundo.
Questiono-me sobre meu lugar em seu abraço.
Eu já disse que amo você, mas às vezes penso que não, pois eu usei amor noutras passagens e eram coisas tão menores.
Enquanto ouvíamos uma música, tomei posse de um trecho e lhe disse que caso eu não morra, quererei-lhe de novo. Seu amor transcendeu  meu apossamento e para retirar meu ar  você adaptou o verso e disse: "Mesmo que eu morra, te quero de novo."
Estamos despidos. Deitados, nos aninhamos com os rostos fazendo chamego, beijando.
Nossas pernas se fazem num laço apertado. Minha coxa adentra a sua querendo misturar-se à nascente.
Percebi que você está com muito sono. Digo para você ir dormir, porém você estreitou o abraço e disse que só dormiria depois que pudesse contemplar meus sonhos anjelicais.
Lembro-me  de ir perdendo os sentidos graças ao seu cafuné.
Despertei no meio da noite e lhe vi dormir. Que bom que não foi uma alucinação. É real, você está aqui. Jamais quero achar que você me pertence, prefiro pensar que é parte de mim, do melhor de mim.
Você é toda minha ternura.
Com o ruído da chuva que bate na casa, voltei a ficar sonolenta, no entanto nem sei se preciso dormir, pois a vida com você é o sonho mais gostoso que posso ter.

domingo, 8 de maio de 2011

Artesãs de pessoinhas

Uma das coisas mais belas aos meus olhos é pé de criança. Eu dei banho na minha sobrinha  menor e a pus sobre a tábua do banheiro, seus pezinhos deixaram marcas dágua. Passei a mão com carinho e quase ouvi sua risada deliciosa. Depois do banho, ficamos cantando 'Parabéns a você!' para todos que conhecemos. Mania de criança! Só não sei se da criança-tia ou da criança-sobrinha, sei que cantávamos alto, batíamos palmas e ríamos com a energia que a infância emana.
Veio à tona, em meio às risadas, momentos com minha outra sobrinha quando ela era também pequenininha. Toda vez que eu lhe banhava, secava seus pezinhos e contava, incessantemente, seus dedos. Eram dedinhos tão juntinhos e gordinhos que eu achava que ela tinha seis deles em cada pé. E mordia. É tão gostosinho... Ruim é que crescem. Não que eu não goste de crianças maiores, mas nada substitui uma mordinha no pé de bebês por volta dos seus 2, 3 anos. Minha irmã não quer mais ter filhos, sinal de que depois que Mimi crescer, não serei tia de um bebê de novo. Ai que dó!  Vai me restar esperar os anos, o tempo que ainda falta para que cheguem os meus bebês. Eu fico com medo de não ter moral como mãe e ser mais uma figura de irmã mais velha. Ao mesmo tempo  penso que não, pois a cumplicidade com os pequenos sempre foi favorável. Nem foi mãe ainda e já está com medo de errar na criação. Louca de pedra! Mania de tentar  moldar o futuro na imaginação. Nessa época de dia das mães, resta entender que o motivo da mãe ser enaltecida é o incrível poder de preparar dentro de si essas pessoinhas tão deliciosas e conseguirem, num ato heróico, dividi-las com o resto do mundo.

Eu, coruja.

Eu sou tímida demais! Meus amigos nunca acreditam quando eu lhes conto isso. Dia desses um amigo me ligou após a uma da tarde e eu ainda estava dormindo o sono da madrugada anterior. Eu com a voz 'grog' ouvi a pergunta: "Estava dormindo?" Eu respondi correndo: "Não..." Forçando a voz demais. Vergonha de estar dormindo até aquela hora... Eu sempre fui forçada  a ter uma vida diurna e dormir tarde para mim significava  ir para a cama às onze da noite. Comecei a me pegar indo para a cama no meio, ou até mesmo no fim, da madrugada e sem grandes sonos. 
Por que essa vergonha tamanha? Eu nasci noturna! Marcava meia-noite e  meia quando fui dada à luz. Será que foi um prelúdio dos hábitos futuros ou eu fico inventando tudo aqui junto da minha imaginação fértil? 
Voltando à timidez, eu tenho em mim umas peculiaridades um tanto quanto estranhas. Quando eu chamo um elevador e abrem-se as portas e já tem gente, eu sinto minha cara quente de vergonha e falto paralisar inteira. Não me lembro de ter dançado na frente de um namorado sequer com medo de fazer algum movimento engraçado e ele rir de mim. 
Quanta bobagem! Bobagens minhas, bobagens verdadeiras... Aos poucos vou vencendo essas coisas, pois a vida dá preocupações maiores para eu pôr no lugar de umas e deixa alguma segurança tomar lugar de outras.
Olhei o relógio agora. Faltam 8 minutos para as 4h. Essa vida de coruja... Hora de dormir. Já fui passarinho, dormia cedinho, estou coruja, durmo quase de manhã, e agora vou mimir antes que sofra outra mutação e, pelo avançado da hora, só me resta virar abóbora.

domingo, 24 de abril de 2011

Religiosidade

Exorcizar demônios... Não! Porque eu nunca acreditei em demônios. Eu lembro de quando eu era criança e sentia pena de gente ruim. Eu era integrante de uma comunidade evangélica em que muito se falava para o diabo ir para o inferno para sempre, mas eu secretamente pedia a Deus para que o tal não sofresse por toda a eternidade, pois era tempo demais. 
Quando eu fui adquirindo mais idade, passei a pensar que as pessoas têm mania de pôr culpa nos tais 'inimigos' e se isentar de seus atos e uma coisa que sempre me fez  enxergar como a ideia de demoníaco inválida é a teoria do 'livre arbítrio'. Numa altura da vida eu fui apresentada ao kardecismo e tive uma sensação de familiriadade com tudo aquilo onde nada me parece novo ou me surpreende. Sempre preferi tomar as responsabilidades das coisas que acontecem na vida. 
Demônios nada mais são do que as coisas que trazemos conosco e não conseguimos resolver. São nossos medos, aflições, traumas, agonias e quando a gente consegue falar sobre eles... Pronto! Exorcismo. Hoje aconteceu um aqui em casa, coletivo, familiar, extasiante. Não que eu acredite que nunca mais teremos problemas, mas vivamos o hoje e hoje, só hoje, esse é um problema a menos. 
A leveza da vida está na alma! É poder andar pelas ruas em meio ao caos e sentir o corpo sorrir por dentro, sem precisar expor sua bandeira, os dentes. Fazer as pazes com a vida e entender que ela não é cruel, é puramente o reflexo dos atos de cada vivente. Saber meu papel e empregá-lo com todo gosto. Minha vó diz que Deus não dá uma cruz maior do que possamos carregar. Então, toma um fôlego e vai! Acho que ando muito religiosa. Religião, no sentido mais denotativo da palavra, é aquilo que religa ao que é divino. Se é para ser assim, que eu seja religada, todo santo dia. 
Uma força invade o espírito, uma luz, que ela seja repartida num imensurável número de vezes, pois a chama da vela quanto mais dividida, mais ilumina.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Preguiças de inverno a dois

Ontem estávamos aqui, mamãe e eu, e ela falou algumas vezes: "Está esfriando..." Eu sempre fui a favor do calor. Sinto frio à toa e tenho uma teoria louca de que as pessoas tendem a não suportar muito o clima em que nasceram. Eu nasci no inverno e tenho muito frio, minha irmã no verão e tem muito calor e assim segue. A gente sempre ouve que aqui, o rio de janeiro, não combina com o frio. Eu penso que basta andar pelo centro da cidade que podemos mudar de opinião. É lindo andar pela cinelândia e ver o céu com nuvens, aquelas belíssimas construções e os executivos com sobretudos e as executivas com os terninhos mais lindos. Confesso que com a orla carioca esse frio não combina, mas claro que eu não vim aqui falar disso.
Inverno me lembra edredon. Edredon me lembra cama e cama me lembra abraço. Não é sempre uma época mais propícia ao amor entre casais? Eu iria pôr 'amor entre homem e mulher', mas tem casais de homem com homem, mulher com mulher e eu sou a favor de toda forma de amor. Será que sou só eu ou aquele friozinho remete vocês àquele amorzinho de cabeceira? Ir para cama depois do banho da noite e seu amorzinho vir e fazer um chamego, deitar no seu colo ou fazer você deitar no dele. Falar do dia que se passou e ouvir a frase: "Hoje aconteceu uma coisa que eu lembrei de você na hora!" E se sentir inserido no mundo do outro e ficar feliz só com o fato de ter alguém que pensa em você. Outra coisa deliciosa nesses amores é aquela mania de conversar e fazer as coisas e aí um fica andando atrás do outro pela casa, um tomando banho e o outro sentado no banheiro e conversando... Uma das melhores coisas dessas preguiças de inverno a dois é dormir e acordar pegando alguém olhando você com cara de bobo ou se pegar olhando alguém com a mesma cara.
Acabei de perceber que eu não tenho um amor para esse inverno. Pensei em publicar um anúncio: "Aluga-se um coração. Preço R$ amor incondicional." Nãããão... Essas coisas a gente tem de deixar acontecer naturalmente... Não é importante demais para mim o fato de passar o próximo friozinho só, na verdade é uma preferência momentânea... Voltei a sonhar com o príncipe. Infantilidade? Não, mas eu sei que ele existe. O príncipe nada mais é do que o homem que cabe no meu jeito e surpreende com coisas que meu coração nunca ousara sonhar, a princesa sou eu e o reino é feito pelos meus sonhos. Pode demorar ainda alguns verões, mas eu sei que ainda terei meu amor de inverno. Terei porque eu sempre fui boa em sonhar e alguns já se realizaram. Isso porque os sonhos tem a força do pensamento.

domingo, 17 de abril de 2011

Pirlim pim pim junto de um sim

Quero que o tempo seja um relógio de pilhas e eu as tirarei quando você estiver perto. 
Enfeitarei sua rua com esmeraldas claras e as iluminarei com raios de Sol límpidos como água de fonte, só pra deixar seu caminho bonito.
Darei ordens à natureza: mandarei florescer uma orquídea a cada sorriso seu e uma rosa a cada lágrima. 
Haverá de nascer um beija-flor para cada suspiro e uma borboleta azul para cada beijo.
Quando você tiver sono, se formará no céu um manto bordado com estrelas tão ou mais reluzentes que diamantes. 
Comporei músicas em que as notas serão ditadas pelo som de sua respiração.
As pinturas serão fiéis reproduções de seus alegres sonhos.
Os arcos-íris terão seus matizes e trarão consigo chuvas de purpurina, cada feixe liberando sua cor e fabricando nuvens de algodão doce.
Eu quero  ter o poder da transformação! Cada vez que você quiser algo me transformarei numa fada e farei pirlim pim pim junto de um sim, só pra te ver sorrir e assim, ter um jardim cheio de orquídeas e muitas rosas. Rosas nascidas das lágrimas de sua felicidade.
Vou desmitificar o utópico, pois o que provem do amor transcende qualquer racionalidade e é simplesmente possível. 
Desbravarei sua floresta de medos e seguirei ao seu lado pela infinitude do Universo.


sábado, 16 de abril de 2011

Guardados

Quantas promessas você já descumpriu? Quantos 'para sempre's' já se acabaram, inacreditavelmente, ali na nossa frente? Já sentiu um perfume e se virou para ver quem era e não era ninguém? Já se sentiu aluando? Por quantas vezes você já se sentiu sozinho no meio de um mar de gente? E quantas mais se sentiu acompanhado no vazio do quarto? Já se pegou acordando feliz de estar numa cama e se entristeceu ao ver que estava noutra? Já teve vontade de tomar banho de chuva e desistiu por lembrar que é adulto? Já se pegou vendo um filme com alguém e a pessoa comentou uma cena que acabou de passar e você nem lembra que filme está vendo? Já riu numa conversa só porque quem está contando a história riu também? Consegue definir 'felicidade' e consegue responder 'Sim' à pergunta 'Você é feliz?' sem hesitar? Tem saudades de um tempo em que você era mais feliz? Você mente para que os outros acreditem ou para você mesmo acreditar?
Eu tenho uma caixinha de maravilhas. Nela eu guardo alguns pedaços de pureza! Abri e ouvi uma risada que faz qualquer outro som ser bobo. Tem uma linguagem inventada com vozes infantis de uma terra distante chamada 'Nós dois'. Tinha uma menininha de mais ou menos 3 aninhos que saiu gritando: "Tia, tia, olha o desenho que eu fiz para você!" Ela foi dormir e a chupeta em sua boquinha fazia um sonzinho divino tipo: "Gne gne gne..." Tinha uma emoção cravejada de auto-confiança e ela poderia mudar quantos mundos houvessem. Tinha uma mãe que não possuía uma máquina de lavar roupas e estava no tanque com a blusa molhada até quase os seios e junto dessa lavagem tinha guardado um cheiro de sabão que tocava o chão quente e levava a gente flutuando pelo ar. Tinha umas músicas numas fitas bem velhinhas e todas cantadas sem um erro sequer. Tinha dois cachorrinhos, um que foi pego na rua com o pescoço machucado e uma outra que veio para casa e a primeira coisa que fez foi xixi no tapete, os dois pularam em cima com a euforia da saudade que os anos cruelmente cobram. Tinha umas balinhas que derretem na boca e pudim de pão. Tinha uma caixa de gizes de cera postos ainda na ordem em que vieram da fábrica, mas estavam usados. Tinha uma caixa de pirulitos que faziam a língua mudar de cor. Tinha o som de crianças correndo e gritando na rua e tinha uma trouxinha quase arrebentando de tão cheia. Quando eu abri saltou e brilhou um tempo lindo e novinho, vestido de amor.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Descaminho

Quem nunca teve a vontade de querer voltar atrás para fazer diferente?
O tempo não volta, uma ferida não fica aberta para sempre, mas deixa a cicatriz na pele de quem sofreu. O que é novo para mim já é velho para outrem e vice-versa. Meu desgosto é a paixão de outro e quando a gente percebe isso, aprende a aceitar diferenças. Eu tenho visto as pessoas falarem de seus ex's como quem se refere a um lixo qualquer, a uma coisa maligna, mas e o tempo em que aquilo foi bom, o tempo em que aquilo foi o amor de preencher o peito e tirar o ar? Penso que temos de aprender a dar mais valor a nossa história. Agradecer por toda oportunidade, pois tudo nos acrescenta. A pior das experiências tem um saldo positivo: o ensinamento. Uma coisa que chega a assustar é ver um sentimento se transfomar dentro da gente.  Eu olho para trás com a vontade de ter feito algumas coisas diferentes, mas eu não saberia que é erro se não os tivesse cometido. 
Agradecer pelo livre-arbítrio. Fazer e ver o retorno daquilo. Melhor investimento de todos. O lucro: sabedoria. Ser o que se é e só. Sem os erros, sem tais escolhas, não haveria acerto e a alma teria outra cor ou cor nenhuma. Mais à frente a gente entende a necessidade de tudo isso. Eu olho para trás com carinho e nunca mais pedi para ter controle sobre o tempo. 
O tempo é o necessário, a gente é que não entende, os erros existem para gente não fazer de novo... Errar é natural, somos humanos,  mas que coisa é essa de persistir? Burrice? Eu acho que é a tal sem-vergonhice e a gente segue nela. Quando estava aprendendo a ler, demorava um tempo reconhecer o som que se dava aquela letra com aquela outra, mas com o treino vai no automático... É para isso que o tempo serve, é o treino da vida e a leitura fica ali exposta, a gente que não quer ver. Eu decidi que quero e agora larguei de mão as cartilhas com desenhos para facilitar, estou pronta.
Por qual lado da estrada andar? Por qualquer um, pode até ser um descaminho, ele passará a ser caminho, basta caminhar. Por mais que eu não conheça esse ou aquele, não tem problema, meu passo está firme e seguro.
Eu agradeço pela dor, pela saúde, pelas chances dadas e as negadas, pois acima de tudo o que há de mais precioso é a chance pela vida e não há o que supere.

sábado, 9 de abril de 2011

Ariana de pai e mãe

Eu sempre brinquei com isso: "Sou ariana de pai e mãe." Dia 06/04 é aniversário de mamãe e dia 09/04 é o de papai. Todo amigo meu, num dado momento em que estamos nos conhecendo me pergunta: "Você tem pai?" Claro que tenho pai, minha mãe é guerreira, mas não descobriu como fazer um filho sem um. Eu tenho pais incríveis, mas nenhum dos dois tem jeito para a coisa. Meu pai muito menos que minha mãe. Eu tive pouco contato com meu pai durante a vida, tratando-se de quantidade, mas todo o pouco tempo que tive foi muito proveitoso.
Eu lembro das noites na casa do meu pai,  havia uma luz forte que ele acendia na altura dos seus olhos, uma luz branca, muito antes disso ter virado hábito no país. A gente via essas luzes só em  lugares públicos fechados como escolas, escritórios etc. Meu pai tinha uma em casa e eu achava aquilo o máximo. Meu pai era uma figura que me causava curiosidade e idolatria. Eu podia chegar à casa dele quando fosse que ele estava sempre de jeans, camiseta engomada, tênis impecavelmente limpo e boné. Ele tem uma voz tão grave que certa vez espantou até um namorado que eu tive. As lembranças que eu tenho do meu pai são marcadas. Ele chegava, arrumava os pássaros, lavava a roupa, nós jantávamos, ele acendia um cigarro,  pegava seu violão e tocava pela noite adentro. Eu tenho fascínio por música e todo conhecimento e a forma como eu me aprofundo numa obra, num cantor, autor se dá pela convivência com papai. Poucas vezes na vida eu ouvi um violão ser tão bem tocado. Pessoalmente eu nunca vi, só em espetáculos musicais, meu pai tem o dom em sua perfeição. Nascido no interior das Minas Gerais, cursou algumas séries no primário, mas tudo com a dificuldade que os interiores enfrentam: chão de barro, sem muitos livros, colégio sem estrutura, mas ainda assim papai é um dos homens mais inteligentes que eu conheço. Eu achava que conforme eu andasse pelo mundo, eu veria mais pessoas tão inteligentes quanto, mas o processo se deu inversamente: Quanto mais eu ando, mais eu vejo que ele é um dos mais inteligentes da vida. Eu que curso Letras, não tinha noção da babagem literária que papai traz consigo. Ele falou de coisas que eu tive que correr para acompanhar. Dizem que  as mulheres procuram no homem que querem ao seu lado a figura paterna, vai ver por isso eu ainda estou só, pois eu não acho ninguém como ele. É de uma singularidade intrigante.
O hábito de chamá-lo de pai foi tardio, lá pelos 17 anos. Essa nossa relação assim, meio bagunçada tem suas barreiras. Eu não chamava meu pai de nada, eu só chegava perto dele e ia falando. Eu sentia meu rosto esquentar de vergonha, pois eu queria chamá-lo de algo, mas pai eu não tinha coragem e pelo nome eu achava agressivo, então, eu só saía falando o mais rápido possível para ele não perceber. Até parece... Nessa minha criação totalmente sem convenções eu me criei assim do jeito que deu para ser. Sempre fiquei com nó na garganta do choro nas festas de dia dos pais na escola, mas é como diz a velha máxima, 'O que não mata, fortalece.' E eu me fortalece e aprendi a ter do meu pai, e aproveitar, o que ele tem a me dar. Cansei de tentar ser comum, aceitei que sou diferente e hoje e cada vez mais eu dou valor a tudo o que tenho, pois foi difícil demais chegar até aqui.
Uma das lembranças mais fortes que tenho dele é de  quando eu tive uma doença séria e fiquei internada. Meu pai que nunca se rendeu a demonstrações físicas de afeto, entrou no quarto e me beijou a testa. Nenhum outro beijo que ganhei na vida tirou, nem vai tirar, meu fôlego como aquele. Foi o amor de saber que papai não é alheio a mim, ele só é diferente. Sei que nossa relação poderia se estreitar, mas somos assim, cada um no seu canto, mas ele nunca terá ideia de quanta coisa eu tenho em meu mundo que foi ele quem me deu.
Feliz aniversário, pai!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Castelos de areia e picolés

Vai lá fora e me avisa se a manhã será de verão.
Daí eu separo aquele vestidinho leve e florido para a gente ir lá brincar.
Pus abaixo o prédio frio da esquina e fiz um parquinho com direito a pipoqueiro e o moço dos balões.
Tem um espaço com areia para  construirmos castelos e colocarmos bandeirinhas nas pontas.
As minhas serão azuis e amarelas, as suas eu ajudo a escolher.
Eu quero ir no balanço e ficar olhando para o céu e com aquela tontura que dá, ensurdecer e sentir que eu estou voando.
Chega o moço do picolé.
Eu tenho dúvidas entre o de uva e o de leite condensado, fico com os dois, um em cada mão.
A gente se lambuzou!
Não foi uma ideia boa cada um com dois sorvetes num dia quente desses.
O Sol está se recolhendo e vamos para casa com aquele sorriso de que nada poderia ser melhor.
E se amanhã fizer Sol? Uma praia cairia bem.
As sensações do mar? Isso dá uma outra história...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Minha diva

Hoje é aniversário da minha mãe. Eu sempre disse para ela: "Mãe, você não tem jeito de mãe." Ela achava graça e hoje eu escuto ela dizer que não me vê mãe, pois eu não tenho jeito. Se eu for uma mãe como ela é, eu posso ser sem esse jeito. Minha mãe sempre disse o seguinte: "A gente cria filho pro mundo e não pra gente mesmo." E sempre educou a gente de maneira que encarássemos a vida. A gente tropeçou, se rebelou, caiu, doeu, mas levantou, forte e com a sabedoria de quem caiu. Os filhos das mães com jeito de mãe aprenderam mais tarde ou nem aprenderam. Eu tenho amigos que não sabem lidar com coisas que minha irmã e eu tiramos de letra por conta da superproteção daquelas mães. Como diz uma música: "Prefiro ser assim." A gente em casa conversa como um grupo de 3 amigas, cada uma de um jeito, pois nessa coisa de sermos criadas pro mundo, cada uma fez sua turma, teve suas experiências muito separadas. É como o lobo e a matilha, no fim de tudo a gente traz o alimento da vida pro nosso meio. Minha mãe é guerreira! A gente briga para caramba porque ela me ensinou a lutar por tudo o que eu acredito e é natural eu ter outra visão de mundo, afinal sou outra geração. Ela foi mãe tarde para sua época. Minha mãe tem 30 anos a mais que eu. Quanto mais o tempo passa, mais eu a admiro. Uma mulher que lutou contra o mundo, o mesmo mundo para quem ela preparou suas filhas. Sei que o natural é uma mãe ter orgulho dos filhos, mas aqui em casa são as filhas que têm orgulho da mãe. De empregada doméstica a servidora pública federal, ela nos mostrou e mostra que tudo é possível, só depende do tamanho da nossa vontade. Feliz aniversário, mãe. Eu amo você!