quarta-feira, 29 de junho de 2011

A luz do seu sorriso, farol do meu porto

Ensaiei nossa vida desde aqui até o final de para sempre.
Incluí você nos meus planos sem dar brechas ao seus nãos ou dúvidas.
A luz do seu sorriso será o farol do meu  porto.
Seu amor, eu nem sei que face tem, idealizei ao meu modo, então.
De repente tive medo. Medo de ser diferente do que espero, mas amor bom mesmo tem de doer.
Pensei em lhe enviar uma cartilha para que possa estudar. Depois o que dela fugisse a gente iria corrigindo.
Analisei todas as ideias e vi meu egoísmo. Portanto, ampliei a cartilha para que você possa anotar suas vontades para que eu  tome lições.
Seu corpo ainda nem toquei, mas meus olhos o percorreram com tamanha voracidade que como notícia urgente o desejo  se espalhou por cada pedaço meu.
Arquitetei meticulosamente meus movimentos em você. Quero me derramar sobre seu peito e compor delícias. Os intrumentos serão mãos, boca e a mestra, a língua.
Com o ímpeto como guia, hei de explorar toda sua anatomia apetecível.
Com o vigor que o tesão traz à tona, quero-lhe ter permitindo-se endoidecer. 
Inundado de prazer, tal deleite terá um ápice. Tuda irá se contrair com uma delícia inominável. 
No final de tudo, só quero sentir e ouvir o suspiro de quem visitou a melhor versão do paraíso.
Quando tudo acabar, quero ler em seu olhar um convite para recomeçar.

domingo, 26 de junho de 2011

Há 25 anos

Na quinta-feira de 26/06/1986, à meia-noite e meia, mamãe me deu à luz... As pessoas que me felicitaram pelo dia de hoje perguntaram se teria celebração. Esse ano não. Esse ano eu fiquei quietinha na minha e senti as boas energias enviadas pelas pessoas que amo... 
Natal para mim é época de pensar na retrospectiva do ano que se encerra, no mundo em geral. Aniversário me faz olhar para dentro de mim. Fico repassando a idade na cabeça e vendo quais planos eu alcancei, quais não... O que mudou em mim, o que continua igual... Confesso que falto enlouquecer, pois me impus uns prazos, estão vencendo e não cumpri as tarefas. Ainda assim, tem outras coisas que construí ao longo do caminho e fico surpresa comigo mesma. É um passo por dia e hei de chegar lá. Lá onde? No topo dos meus sonhos e fincar uma bandeira. E como a cada passo a paisagem muda o topo da montanha terá outro sabor. Espero ainda faltar muito para o topo, pois quando conseguimos realizar todas as nossas vontades, o que querer depois? E a vida tem de ser feita de quereres, se não ela morre. 
Eu quero querer muito e para sempre. Buscar e alcançar, às vezes desistir, mudar, ir e voltar. O que importa é fazer... Com vontade, com amor, com açúcar e com afeto. Esse aniversário foi o mais introspectivo de todos... Tenho tendência a ser melancólica nessa data. É que me cai a ficha da responsabilidade da vida em minhas mãos e às vezes fico assustada, mas nessa jornada me auxiliam anjos. Anjos de diversas categorias, amigos, familiares. Todos trocando comigo a energia do amor e aí, eu respiro bem fundo e sei que posso seguir em frente.
Feliz aniversário para mim! :-)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A pequenês do mundo, ou não

"O mundo é pequeno!" Por quantas vezes eu já ouvi essa máxima... Incontáveis... Discordo! Em gênero, grau, número etc, principalmente no etc! O mundo é de uma imensidão incalculável, mas a gente só se preocupa com o que nos cerca. Por mais que eu tenha uma percepção de mundo, de terras estrangeiras, me limito ao quarto e ao pc. Por quantos lugares nós passamos por anos e não seria crível o que lá acontece se eu não tivesse uma experiência ligada àquilo? E quando conhecemos alguém e de repente nos aproximamos desse alguém e passamos a olhar a rua em que mora? Mas a rua já estava lá antes. Mais uma janelinha do mundo que se abre aos nossos olhos. 
Percepção! A gente seleciona o que quer que seja perceptível ao coração... Quando se abre uma nova janela, eu fico fitando as poucas que ainda tenho e tentando mensurar quantas mais ainda abrirei e mais ainda, por quantas passarei sem notar!  É que essas janelas são quase da cor da parede... Na correria da vida como na velocidade dum trem, nem dá para ver, porém um dia, a gente desce naquela estação e além de olhar, enxerga. Uma das melhores maravilhas da vida é abrir janelas. As do mundo e as nossas próprias. Às vezes é bom quando alguém nos ajuda a abrir alguma ou quando deixamos que alguém olhe das nossas. Na paisagem pode ter algo que ele ajude a ver, algum detalhe despercebido. 
Quanto devaneio, hein? Eu tive um bom dia e quis falar sobre... Nem eu entendi muito bem minhas analogias, ando meio confusa, mas uma confusão boa... As mudanças num primeiro instante são assustadoras, depois são adocicadas. Pelo menos ao meu paladar! Vivo numa constância inconstante. Pensei que era loucura, mas me disseram que é uma atitude sábia mudar de opinião. Analisei bem e concordei.
O mundo muda na velocidade da luz, seria pouco inteligente manter-se estagnado. Eu mudo o tempo todo, pois descobri que não preciso ser uma a cada dia e sim uma pessoa que aprende e soma cada aprendizado e isso nos transforma sem que percebamos. Ainda existe a mesma pessoa lá no fundo, basta manter a essência. Para os que preferem nem tomar lugar nessa viagem: "O mundo é tão pequeno, né?"

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Só sei que sou

Ela estava aflita, apertada, contida. Contra a própria vontade manteve-se em silêncio, sem poder falar, bater, andar. Apanhou por horas, sem poder balbuciar qualquer som que fosse. Ali, magoada, machucada, sem forças, foi exposta à estranhezas tamanhas que a fizeram se prender  ainda mais . 
Ela quis ficar no escuro, mas luzes incandescentes lhe invadiram com dolor. Ela quis um colo, nada. Tentou um cobertor, mas só conseguiu uma inquietação infinda. 
Ela tentou ocupar aquela vontade com coisas outras, mas nada cabia e nem poderia caber. Ela é única e imutável. 
De repente se foi o dia. A noite veio vestida daquele colo desejado com tanto ardor. Ao longe ela ouviu a música que a despia de qualquer convenção e tocava o centro de sua alma. Ela se deixou levar e soltou-se numa intensidade 'indizível'. 
Correu seu terreno, muitas vezes proibido, e cresceu imensuravelmente. Banhou cada pedacinho e se misturou àquele chão. 
Espantou quem a viu e causou zanga em muitos. Tentou voltar, mas era impossível. Então ela se permitiu! Pretendendo apaziguar o mal-estar cândido causado por sua aparição, ela pôs-se a explicar: "Eu sou uma voz! Uma voz que por incontáveis vezes é escondida e abafada, sou maltratada, maldita e malquista, mas ainda assim eu sou. Sou porque fui criada assim e minha singularidade me impede de ser diferente em quaisquer aspectos. Sou calada sempre e substituida, porém nunca esvanecida. Causo agonia quando presa, pois, nesse estado, só me ponho a crescer. Nasci liberta, entretanto, inacreditavelmente tentam me trancar! Eu sou uma voz e um corpo. Sou a representação de um estado de espírito. Sou comum e ainda assim causo espanto. Só sei que sou. Sou um ponto de ebulição, quando solta, sou alívio. Já quis mudar meu nome para tentar viver de forma diferente, mas nada me serviu. Sendo assim, me aceitei e me assumi. Mesmo com desprazer me apresento: Lágrima."