sábado, 2 de junho de 2012

Velhice atemporal

Juntando os pedaços eu percebo que parei num tempo em que nem era nascida. Conversando por aqui e por ali, solto umas coisas que não condizem com minha idade. Uma amiga estava desesperada com uma roupa que fora branca um dia e agora estava totalmente encardida, me perguntando que produto químico usar para branqueá-la novamente. Falei para ela quarar a roupa e ela nem sabia do que eu estava falando. 
Eu gosto de chás calmantes, de quando em vez, num frio ou outro, bato uma gemada, coisa que nem minha avó faz mais. Gosto de cozinhar sopa, ainda compro mel para adoçar as bebidas, faço hidratantes caseiros e peelings com frutas e açúcares! 
Sou artesanal, apanho da tecnologia e me dou melhor com um livro ou caderno e caneta do que com o computador. 
Estava revendo um filme que gosto demais e num diálogo, certa personagem diz o seguinte à amiga: "Eu sou antiga desde nova!" Senti-me descrita ali. Só que como eu ainda tenho 25 anos, a fala seria: "Eu sou a antiga mais nova de todas!" Eu sinto como se depois desses 25 entra um 0 e fica pesado. Pesado no espírito, mas leve no ser. Às vezes sou meio mãe de todos, mas me sinto meio avó. Gosto de conversar com gente velha e curto o antigo. 
Nesses tempos da eterna busca pela juventude, posso ser considerada passada, nem ligo! Bom mesmo são os sentimentos que vêm juntos dessa velhice atemporal...