sexta-feira, 1 de abril de 2011

Eu te amei!

Eu tive um amor de conto de fadas.
Uma única vez na vida eu tive certeza de que naquele abraço nunca deixaria de caber meu pranto. Dizer que o amor acabou é muito cruel, eu acredito que o amor é como a energia: nunca se dissipa, sempre se transforma. E deixou de ser aquela delícia prioritária e caimos na balela de sermos dois indíviduos ao invés de sermos um casal. Fizemos o caminho inverso, começamos pelo fim. Findou, não o sentimento, a relação, como disse, o amor se transforma. Separados, seguimos caminhos que já havíamos passado e como não tinham aquele sabor do que foi entre nós, acabamos buscando nosso abraço, mas a reminiscência do que era, ficou só na memória, não conseguimos praticá-los. Medo, covardia, comodismo, estupidez? Talvez! Na hora do amor a intensidade ainda era incomparável, mas depois dela, ficava vazio. E o bom do amor é se estender pelo dia afora. A gente faz as coisas pensando no outro, das maiores às menores, desde comprar o que comer e pensar se ele vai gostar, até que casa comprar.
Eu briguei, chorei, cobrei, discuti, desisti! Não do amor, mas daquele amor. Passou,  hoje é o carinho do meu amor de cinema e só. A racionalização do amor é dolorida, mas às vezes é inevitável.
Peguei uma foto nossa que estava perdida numas anotações antigas e fiquei olhando fixamente. Percebi que o amor havia deixado de ser. A sensação que brotava em mim ao simplesmente ver sua imagem, passou. Eu tive no coração uma sensação parecida com a de ver a mim mesma numa foto na época de escola, por exemplo. Aquela saudade momentânea, gostosa, mas sem saudosismo, pois eu sei que vivi tudo à exaustão. Guardei a foto no mesmo lugar, pedindo que ela se perdesse, não que isso me causasse dor, mas é que eu quero reencontrá-la daqui a mais uns anos e ter as lembranças de novo.
Eu entrei no trem, enquanto ele partia, ainda lento, pousei nos degraus, segurei o balaústre, olhei quem fora meu amor um dia, acenei e gritei a plenos pulmões: "Eu te amei!" Uma lágrima aliviada correu pela face feliz.
Fomos um, mas agora o melhor é que sejamos dois e desde então, voltamos para nossas vidas separadas.

Um comentário:

  1. Parabéns amiga acho que e melhor forma de se conhecer e saber relatar a si mesmo com êxito

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