Tentei não falar de amor, ser engraçada, falar de coisas corriqueiras, mas por quê não? Acho que o medo todo sobre falar de amor é de ficar vulnerável. É aquele temor de ser descoberta e alguém achar que é bobagem. Depois eu vi que bobagem é tentar esconder. Não que declarar um amor vá fazer com que os sinos toquem, e nos encontremos, e casemos como num conto de fadas, mas é ter certeza de que tudo ficou claro. Entendi o que quis dizer o maior poeta de minha geração em: "É que eu preciso dizer que 'Eu te amo', te ganhar ou perder, sem enganos." Essa coisa toda de ter feito sua parte e por mais que a resposta seja um não, ela poderia ser um sim e a gente só sabe perguntando. Às vezes bate aquele arrependimento de ter dito e a coisa não ter saído exatamente como no sonho, mas tudo bem. Hora de sonhar outra coisa então ou quem sabe sonhar a mesma coisa e dizer para si mesma que é só uma questão de tempo. Sabe o quê não ajuda? Quando eu estou sofrendo pela falta do meu amor que se foi e alguma amiga diz: "Você é tão nova e bonita. Daqui a pouco aparece outro amor..." Por acaso meu coração é de papel e o amor um lápis fraco que basta apagar para escrever outro? Eu sinto como se meu coração fosse uma seda branca e brilhante e o amor aquela tinta permanente que não há o que apague. Impossível ter outro amor? Não, mas eu ainda estou sentindo aquele. Nessa vida de tudo ao mesmo tempo e para ontem eu sinto uma gana por resolver o mundo e eu não sou assim. Acho que tenho uma marcação mais lenta. Fiquei sem vergonha e falo do meu amor e declaro mesmo sabendo que a resposta é não, nem ligo. Há de ter reciprocidade numa relação, no amor não. Amar é individual! Claro que é muito mais gostoso ser amado de volta, mas nem sempre isso acontece ou acontece num tempo que a gente não entende. Eu desisti de entender... E banco a boba mesmo. Ligo, mando mensagem, e-mail, escrevo na internet para que todos vejam e saibam que eu amo. Vergonha de quê? De amar? Não de novo. Dessa fase eu já passei... Fico à espera de um dia o amor que sinto cansar e ir amar outro ou de preencher aquele que é meu amor e ser amado de volta. De todo jeito eu ganho, por enquanto, eu escrevo e sigo te amando.
Eu escrevo desde meus 14 anos. Comecei a escrever por não ter conseguido falar, numa discussão, tudo o que eu queria. Hoje eu escrevo por muitos motivos, mas o principal é que quando fica tudo muito rápido em minha cabeça, eu paro e escrevo. Saem uns borrões quase que indecifráveis, mas alivia muito meus pensamentos que são a mil por hora. Espero que todos que lerem o que for aqui encontrem algo que lhes faça bem. Se for pedir demais, que ao menos saia com um sorriso a mais do que quando entrou.
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