Hoje fui à minha consulta do pré-natal. Então, peguei um ônibus diferente. Um monte de desconhecidos. Não que eu conheça todos na linha em que pego habitualmente, mas os rostos se tornam familiares.
Numa certa altura, entrou na condução uma moça gorda com duas bolsas grandes e cheias: uma feminina e uma mochila. Pediu-me licença, pois eu estava na beira e ela quis sentar no canto, dei passagem. Ela era inquieta, mexia nos milhares de bolsos o tempo todo. Parecia que estava tentando evitar alguma coisa. Tentativas infelizes!
Puxou de um daqueles compartimentos um pacote com um bolinho de baunilha recheado com chocolate. Devorou numa fração de segundos. Depois a fitei olhando o valor energético na embalagem.
Sorri para mim mesma e se ela lesse pensamentos, me ouviria dizer: "Querida, agora não adianta mais!" Acho que ela ficou com raiva de si mesma por ter comido o bolinho tão calórico e começou a dobrar o plástico com uma força que me espantou. Quando chegou na menor parte possível, ela ficou apertando por um bom tempo. Depois enfiou numa das bolsas. Acho que cansou de lutar contra a culpa!
Seja na alimentação ou em qualquer outro ramo, quem nunca peca para sentir uma culpinha, por mais boba que seja, perde o sabor do prazer da traquinagem.
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