sábado, 14 de janeiro de 2012

Artificialmente

Ontem de manhã, esperando a condução para ir trabalhar, veio em minha direção uma moça jovem com silicone nos seios. Era escandalosamente visível! Ela tinha um corpinho daqueles que os antigos chamariam de jeitoso, não era magra nem gorda, era toda bem distribuída, mas aqueles peitos enormes e duros estavam gritantes! 
Ela estava com uma blusa de uma alça só. Enquanto andava, tudo nela balança junto com seu caminhar: barriga, bochechas, pernas, todas as carnes tremiam, menos os peitos. Ela era baixinha e acho que pôs uns 500 ml em cada seio. A blusa escorregava, pois acompanhava seu andar, mas os peitos ali, duros, pareciam de manequim de vitrine, então a todo instante ela tinha de suspender o lado da blusa em que não tinha alça, pois para aquela blusinha, era impossível se moldar aos peitos! 
Todos na rua olhavam para ela. Eu achei graça e comecei a rir, mas nela sentia-se nitidamente um orgulho dos peitos. Só que estavam beirando o ridículo de tão exagerados. 
Daí isso me pôs a pensar outra coisa, como nós estamos escravos da beleza, não? Certa vez me disseram: "Eu sou tudo o que disserem de mim e ao mesmo tempo não, pois para você eu sou bacana, mas para o outro eu posso ser um chato sem fim." Então, eu percebi que padrões de beleza são inválidos, pois não adiantaria as mulatas quererem ser louras platinadas com lentes verdes, tudo artificial. Deixariam aqueles que gostam de multas órfãos. Não que não devamos nos cuidar, eu sou até bem vaidosa, mas temos de achar um limite para tudo isso, pois quando fazemos algo para melhorarmos e aquilo fica visível, se destaca de nós e chama a atenção sozinho. Aí a gente some e só aparece aquilo, como objeto de adorno. Assim como os peitões da menina baixinha... Eu sou louca para fazer um nariz novo, mas ao mesmo tempo penso: "Sem ele não serei totalmente eu!" Uma das partes de mim é implicar com meu nariz. Seu eu corrigi-lo, a única coisa em mim que me incomoda, eu não vou ter mais do que reclamar e se achar perfeitinha deve ser um saco, ou então, gostar tanto do nariz novo e ficar olhando no espelho incansavelmente, eu ficaria com nojo de mim mesma. Acho que depois da peitudinha do silicone, vou deixar assim.
  

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