quarta-feira, 27 de julho de 2011

Alô!?

Eu sou doidinha, bastante moleca, mas ultimamente ando bem mulherzinha! Nessa onda de ser feminíssima, eu ando percebendo umas mudanças. Alguém aí, por favor, me explica que agonia é essa que mulher tem com telefone? É assim. A gente fica com um bofinho, naquele "love" todo, cheios de ''gut'', carinhos, beijinhos. Depois, cada um para seu lado. A gente dorme flutuando, nas nuvens e acorda...
COM O TELEFONE DEBAIXO DO BRAÇO! E não larga mais. É o dia inteiro olhando, fingindo que vai ver a hora, mas que nada. Estamos esperando telefonema! Eu fico olhando meus telefones, sim, meus, porque eu sou louca, não bastante o celular para afligir, meu telefone de casa é móvel, vai comigo para todo canto, então, eu olho dois telefones, minha irmã pergunta: "Alguém ligou?" Digo, "Não, estava vendo a hora!", ela "Que horas são?", "Ih, sabe que nem vi..."! Como assim!? E a bichinha acredita! 
Os amigos ficam dizendo que estou apaixonada. Que nada! Descobri que essas aflições femininas independem de paixão, é loucura pura e simples mesmo! Cada vez que o telefone toca, até do banheiro pelada, correndo, eu saio para atender e como quase nunca é quem eu quero, volto para o banho, resmungando, p. da vida e com frio. E quando é o sujeito? Fui correndo atender, caí, fico com a voz ofegante, mas se é quem se quer, respira fundo antes de atender, claro, para não pagar de desesperada, e atende na maior calma do mundo, calma falsa, mas calma. E ainda faz a louca, faz que não reconhece a voz... Mesmo sendo ele o único homem a ter seu telefone. A gente finge que é popular. Certa vez, eu estava dormindo, telefone tocou, tomei um susto, caí que nem jaca madura, peguei o celular, não conhecia o número, fiquei empolgada, atendi toda, toda: "Alô!?", "Oi, é o fulaninho de tal...", "Ah, oi, é você? Fala!". 
Ex! Ex serve para quê? Para ocupar a linha da gente com coisas inconvenientes. Para falar nada! Voltando a quando é o bofinho dos sonhos, a gente faz a voz mais anjelical do mundo, fala mole, pode estar irritada com o mundo, com TPM de javali, bastou ouvir aquele som... Hummm, pronto. Borboletas no estômago. A gente fica 23 h 55 m do dia esperando por 5 minutinhos. 
Quanta loucura, né? Ah, não sei vocês, mas no meu caso, esses cinco minutos valem a alegria de um dia todo, até que os dias tivessem 36 horas.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Valioso

Hoje eu acordei e tinha um homem na minha janela. Fazendo o quê, não sei, não perguntei, não me interessa. Sei que ele roubou a última meia hora do meu sono. 
Com o friozinho matinal, me recusei a levantar. Fiquei deitada na cama e, como sempre, me pus a pensar nas coisas todas. Naquele singelo espaço de tempo eu fiz um filminho passado, presente e futuro. 
Analisei situações que se foram e tentei imaginar se elas fossem hoje, quais reações eu teria. Fitei coisas que ando fazendo, percebi algumas besteiras e resolvi mudar. Afinal, é segunda-feira, dia internacional das mudanças. Obviamente pensei no futuro e vi que, pelo andar de minha carruagem, mais mudanças têm de ser feitas para que a materialização das vontades se concretize.
Tive de levantar e, já me arrumando, quis ir lá fora perguntar ao moço da janela o porquê dele ter-me roubado algo tão valioso, os minutinhos do meu sono, mas repensei e vi que caso o fizesse, ele ficaria confuso e acharia que estou aluando. Mantive-me do lado de dentro com a caneca soltando vapor nas mãos e olhando o tal em seus detalhes. Comecei a rir dos meus desvarios. 
Quando o homem notou minha presença, tomou um susto e gargalhou. Eu, nada disse, e continuei a sorrir. De um lado, um riso do susto, do outro, o de pensamentos insanos, mas como todos eram sorrisos, eles se entenderam e nada precisou ser dito.
A caneca esvaziou-se, pus na pia, escovei meu riso e saí.
Saí com um sorriso no rosto, um cheiro de chocolate quente no ar e um moço barulhento na minha janela.

sábado, 23 de julho de 2011

Coisinhas de mulher

O dia hoje está com cara de colo. Sei lá porque motivos, mas sei que hoje eu fiquei olhando para porta e esperando alguém chegar. Não sei quem, sei que esperei. A cada barulhinho no portão, eu corria para porta que nem criança aguardando o pai vir do trabalho. Não marquei nada com ninguém, não telefonei, não mandei e-mail, carta e nem fiz sinal de fumaça, porém eu aguardei o mundo me trazer uma surpresa. Só que a surpresa maior foi não ter trazido nenhuma. Hoje eu estou irritada... Esses períodos femininos que fazem uma ebulição na gente. Hoje eu não quero barulho, nem ninguém discordando de mim. Só queria um colo, um afago e um silêncio. Quem se disporia a isso? Os hormônios, penso eu, andam afetando meu discernimento. Levantei, pus um samba e fiz faxina. Energia acumulada? Vamos gastar. Senão para o quê a energia quer, canalizar para outras coisas. É difícil, mas é melhor do que deixar a irritação tomar conta. Abri um vinho, fiz meia tonelada de brigadeiro e assim tô passando o dia. Tem hora que dou risada de mim mesma, tem hora que o mau humor vem arrebatador. Nesse turbilhão de sentimentos e sensações, falto matar um. Hoje eu estou sozinha e alheia às convenções, bebendo vinho no gargalo, com camiseta de homem e cabelo amarrado. Hoje eu estou comendo feito selvagem, dando fora em todo mundo e com vontade de gritar. A única pessoa que me trouxe calma foi minha sobrinha caçula. Ela parece o acalanto da minha vida. Basta olhar aquela carinha tão engraçada e ouvir: "Tia, "dêta" aqui comigo!" Pronto! Não há mal que dure. Acho que estou precisando de umas cinco dessas. Minha irmã morreria se eu falasse isso para ela. Eu hoje estou com vontade de fazer tudo e fazer nada ao mesmo tempo. Hoje eu estou paradoxal. E chata... Não estou me suportando. Fazer o quê, né? Cada um com sua cruz e a minha é esse vaivém constante. Depois tenho que ligar para os meus amigos e pedir desculpas pelos maus comportamentos. Ah, mas se não entendem isso e se dei algum fora, é até bom, pois amigo mesmo tem de entender essas coisas. E a desculpa do cego, bengala. Bom, sei que esse texto está ruinzinho, mas hoje eu só queria falar. E ai de quem não ouvir. Pretensão, não? Caso haja reclamações, façam uma oração para Deus e questionem o porquê de eu ter vindo nesse corpo. Porque tudo isso nada mais é do que coisinha de mulher.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Passarinho

Eu ando papeando com amigos do coração e hoje eu tomei um esporro daqueles de um quase irmão. O quase fica por conta do detalhe de termos nascido de mães diferentes. A esposa desse amigo meu leu meu blog e disse para ele que é visível que eu ando por altos e baixos. Confesso que minha vida tem se apresentado oscilante, mas escrever é minha maneira de lidar com tudo. É assim, quando eu fico com um pensamento que não sai da cabeça e fica martelando, eu escrevo. Daí eu releio aquilo e parece que tive uma conversa comigo mesma. Com isso eu diminuo o incômodo e fica mais fácil ir para o assunto seguinte.
Mais bacana nessa história toda é saber a opinião que meus amigos têm de mim e mais que isso é sentir o carinho todo que me cerca. Hoje rolou até um choro... Claro! Afinal, quando esse meu irmão e eu nos juntamos, a única certeza são as lágrimas e as gargalhadas. É que a gente faz uma turnê pela vida toda. Falta palavra para tanta conversa.
Eu sempre encarei essa jornada com tudo. Vou além até, eu sempre a fiz forte, vigorosa. Só que ando que nem passarinho assustado, quando alguém chega perto, antes de poder alcançar, levanto voo, mas estou tentando brincar de ser outro bichinho. Algum animalzinho que seja dado ao afeto. Estou cansando de correr e mais do que isso, vi que não adianta. Eu corri de tudo, mas no pouso seguinte os mesmos problemas  estavam à minha espera. Então o jeito foi olhar tais problemas de cima, pois se eu os criei, impossível que eles sejam maiores que eu.
Tudo certo! Atrás das minhas cortinas há um Sol fabuloso, para que ele adentre, basta destapar a janela. Em princípio a luz incomoda os olhos, porém depois, eu me entreguei ao deleite de seu calor. Com tudo isso, o papo com o tal amigo foi uma injeção nos meus ânimos. Que ele saiba que depois da conversa de hoje minhas noites de sono, sem dúvidas, serão mais tranquilas e meu coração sorrirá mais.

domingo, 17 de julho de 2011

Cinderelas e Cavalheiros

Ontem uma amada minha perguntou se sou feliz. Ela ficou espantada por eu ter tantos questionamentos, complexos, dúvidas e indecisões. 
É que vou fazendo as coisas e quando me vejo no meio delas fico perdida. Daí os medos crescem e faltam me tomar inteira. É medo de estar forçando algo na vida do outro, medo do que eu posso fazer, medo se o outro vai ou não gostar, medo se amanhã eu ainda vou querer aquilo.
Mamãe diz que eu entro  muito com tudo nas coisas e depois não quero mais, tipo criança mimada. Já um amigo que tenho concorda que eu vou muito com tudo, mas porque sou uma sonhadora romântica incorrigível.
Eu concordo com eles às vezes, outras vezes não. Acontece que eu faço o que me dá vontade e quando a vontade acaba, não faço mais. Não sei sustentar convenções e é aí que passo por frívola. Eu sou nômade de sentimentos e sou obrigada a trocar tudo quando a vontade pinta. Até agora meus "para sempres" tiveram prazo de validade. Pode ser que um dia deixem de ter. Analisei a pergunta sobre minha felicidade e não houve mudanças: Sim, sou feliz! Gosto de ter esse monte de vontades e depois deixar de tê-las. Afinal, eu experimento e vejo se é ou não ou se é só por um tempo. Porque nesse meu vendaval estou sempre em movimento, em busca do que quero e quando cismo com uma coisa, faço um mantra e não meço esforços até conseguir, mesmo que depois não queira mais. Bom mesmo é mudar.
A vida só termina no "Felizes para sempre" para as Cinderelas, para uma Cavalheiro, como eu, até quando ela terminar há de ter outro "Era uma vez...".

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Um acordo entre a minha pele e a sua

A maciez de sua pele é tamanha que a minha pensou que seria engolida. Como não foi, ela quis se desapontar, mas a sua tinha coisas outras para suprir tal necessidade. Com o toque aveludado que mais parece um beijo, as sensações que minha pele experimentou, nunca havia nem ouvido falar. 
Gelou de estranheza, esquentou de tesão, arrepiou com desejo e ficou avermelhada com a corrida que o sangue deu. Esqueceu de respirar em alguns momentos e sentiu-se ofegante. Nesse misto de sensações, prazeres e novidades. Ela se rendeu... 
Ficou atenta a cada movimento e quando percebeu, era dela que muitos deles saíam. Depois ela não sabia se essa coisa ou aquela outra foi ela que fez ou foi a sua. A mistura foi perfeita e as diferenças, imperceptíveis. Houve a fusão... E não queriam se separar mais. Elas queriam mais e mais. Foram pelo todo, até que cada mílimetro meu e seu tivesse sido percorrido. 
Brotou um líquido como água pura de nascente. Foi como se vestir com relíquias, aquilo de valor inestimável, guardado só para nós e em nós.
Depois de tanto alvoroço, se envolveram, pois não queriam-se perder e resfastelaram-se num abraço. 
A hora passa cruel e tivemos de seguir nossos caminhos, mas minha pele confessou que conversou com a sua e elas combinaram que aquele encontro foi só o primeiro de muitos mais.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Aquilo que for avassalador

Pudera eu ter o poder da transformação. O poder de alcançar os corações em sua essência. Atingir o centro de almas. 
Ultimamente ando apaixonada. Não por ninguém, especificamente, mas pela força da vida em si. Tenho sido carregada pela extrema necessidade de sentir e expressar. Acho que perdi o tom e ando uma piegas apaixonada por ser assim. De vez em quando eu recuo e me desculpo por ser invasiva. Percebo as pessoas assustadas com esse meu ímpeto de amor, mas eu acho que isso não é uma fase passageira, penso estar me transformando numa pessoa assim, entusiasta. 
Às vezes me entristeço pelas pessoas que afasto com esse meu jeito avassalador, mas é tão difícil ser diferente. Não sou dessas que seguem, perseguem, não sou passional, porém tem quem ache que sim e antes de ser tomado pela possível negatividade da coisa se afasta. Tudo bem também. Aprendi a guardar aquilo que me faz bem e descartar o que for contrário. Em meus arquivos tem espaço para guardar os beijos, os tapas são dispensáveis. 
Pronto! A pieguice agora fez morada. Será que um dia ela vai embora? Para quê? Eu tenho gostado e ao invés de querer retirá-la, eu prefiro continuar a caminhar e tentar, entre os braços e abraços, encontrar alguéns sentimentalistas como eu. Não é crível que nesse mundo todo só eu seja assim, há de ter pares. Eu já vi alguns e adorei. Tenho amigos que sinto como se da família fossem. Não que eu seja pela banalização dos sentimentos. Eu sou pela propagação deles.