segunda-feira, 9 de abril de 2012

Celestial

Estive junto a você, mas sem poder tocar, a não ser com palavras... Esbarrar na sua mão de quando em vez e passear as mãos nas suas costas como se fosse acidentalmente, porém com o intuito de guardar seu cheiro em mim... Conversar quase sem olhar nos seus olhos com medo de que os meus me entregassem numa traição e aproveitando para fazer uma memória de cada som que sua voz produziu. 
De repente chegou sua risada. Eu tinha feito questão de esquecê-la, pois era uma das coisas que eu mais gostava, então reprimi qualquer memória para que a saudade não fizesse morada. Quando a ouvi, arrepiei-me dos pés à cabeça num calor que foi passando e trazendo toda memória à tona. 


Na despedida abracei-lhe num ímpeto que veio do coração. Senti seu toque e de novo seu corpo contra o meu. 

Daí peguei uma nuvem e voltei para casa, pois nas alturas  em que cheguei, não tinha como vir por nada que não fosse celestial...

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